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| - Glenn Greenwald, o conhecido jornalista que divulgou o caso de espionagem da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla original) denunciado por Edward Snowden – que lhe valeu, entre outros prémios, um Pulitzer de jornalismo na categoria “Serviço Público” – está a ser acusado nas redes sociais de, no passado, ter defendido em regime pro-bono, ou seja de forma gratuita, o líder de uma organização neonazi. Este passado é apresentado como um segredo obscuro de Greenwald.
O caso que é referido nas publicações virais é o de Matthew Hale, antigo líder e fundador da Igreja Mundial do Criador (que atualmente se assume como O Movimento da Criatividade), contra a associação que regula o exercício do Direito nos EUA (em inglês a Bar Association) por o ter impedido de exercer advocacia devido às suas convicções e opiniões. Para poder exercer Direito nos Estados norte-americanos é necessário fazer um exame e uma entrevista, depois de terminado o curso, onde são avaliados os conhecimentos e o carácter, respetivamente, dos candidatos. Hale passou no primeiro, mas não no segundo devido aos seus ideais racistas, xenófobos e homofóbicos.
Glenn Greenwald foi de facto um dos advogados de Hale neste caso. Porém, o jornalista nunca o escondeu, ao contrário do que afirma a publicação partilhada. Greenwald falou sobre o caso em diversas entrevistas.
Em 2011, o jornalista explicou ao BuzzFeed.News que o que o levou a trabalhar em regime pro-bono foi o facto de estar “interessado em defender os princípios políticos” nos quais acreditava. “Eu não queria saber de ganhar dinheiro”, acrescentou. Mais tarde, em maio de 2016, no podcast “Por Assim Dizer” da Fundação para os Direitos Individuais na Educação (FIRE, na sigla inglesa), Greenwald voltou a falar do caso, afirmando que esta foi a sua “contribuição para a sociedade”. “Eu trabalhei de graça porque eu acreditava tão fortemente naquele caso”, reforçou.
Greenwald foi advogado constitucional durante 10 anos, até 2005, data em que decidiu abandonar a profissão. Dedicou-se à escrita de um blog em que denunciou várias situações políticas e mentiras fabricadas, por exemplo, sobre a invasão norte-americana do Iraque. Integrou ainda as redações da Salon e do The Guardian- foi neste último que, juntamente com outros jornais, liderou a publicação das denúncias de Edward Snowden sobre os excessos dos serviços secretos americanos. Em 2013 fundou o The Intercept em conjunto com Laura Potras e Jeremy Schahill.
Avaliação do Polígrafo:
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