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| - “Espanha acaba com portagens em 500 quilómetros de auto-estradas a partir de 1 de setembro, na AP-2 e AP-7. Mas em Portugal somos ricos e podemos pagar isso e muito mais (ironia)”, lê-se no post datado de 26 de agosto que já acumula mais de 1.100 partilhas no Facebook.
De facto, as portagens nas duas referidas auto-estradas de Espanha – a AP-2 entre Saragoça e El Vendrell e a AP-7 entre Tarragona e La Jonquera – vão deixar de ser cobradas a partir de 1 de setembro, tal como noticiou o jornal “El País” no dia 25 de agosto. No entanto, deverá ser uma situação provisória ou momentânea e, a médio prazo, o sistema de portagens (ou outro mecanismo de pagamento) até poderá vir a ser estabelecido em todas as auto-estradas (e até nas estradas nacionais) de Espanha.
Os contratos de concessão dessas duas auto-estradas estão a chegar ao fim e não serão prorrogados, por decisão do Governo central e dos governos das comunidades autónomas de Aragão (onde se situa a AP-2) e da Catalunha (onde se situa a AP-7). “A transição para o novo modelo, após 40 anos de portagens, foi celebrada por associações locais e municípios afetados, mas deixou sem trabalho 340 pessoas após os despedimentos acordados pela Abertis [empresa concessionária das auto-estradas] com os sindicatos. Tanto o Governo como a Generalitat [governo da comunidade autónoma] estudam que outras formas de pagamento poderão permitir a manutenção destas rodovias, com destaque para a opção da vinheta, um sistema de tarificação por veículo“, informou o “El País”.
Ou seja, as portagens nessas duas auto-estradas vão deixar de ser cobradas, mas entretanto deverá ser implantado outro sistema de pagamento pela circulação nas mesmas, possivelmente baseado na “tarificação por veículo”.
Por outro lado, no dia 5 de maio, o mesmo jornal revelou que “o Governo de Espanha planeia estender o sistema de portagens a todas as rodovias do país, tanto nacionais como regionais”. Mais precisamente, “um mecanismo de pagamento pela utilização da rede estatal de alta capacidade (auto-estradas e vias rápidas) a partir do ano de 2024″, abrindo a porta à extensão desse sistema a “todas as estradas de grande capacidade do país, tanto nacionais como regionais, segundo o que consta do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência que foi remetido pelo Governo de Pedro Sánchez a Bruxelas”.
O Governo pondera ensaiar primeiro a aplicação de portagens nos 12.000 quilómetros de auto-estradas e vias rápidas estatais, para depois expandir esse modelo também no âmbito dos 14.000 quilómetros de estradas nacionais de faixa única e abrir um processo de negociação com as administrações autónomas para a sua implantação nas rodovias de alta capacidade que se encontram sob a gestão destas”, salientou o “El País”, com base no documento enviado pelo Governo de Espanha à Comissão Europeia.
Em suma, confirma-se que Espanha vai deixar de cobrar portagens em 500 quilómetros de duas auto-estradas (em Aragão e na Catalunha) a partir de 1 de setembro. É verdade, mas – neste caso, um enorme “mas” – a gratuitidade deverá ser provisória, estando já em estudo a aplicação de um mecanismo de pagamento nessas mesmas auto-estradas. O qual, a partir de 2024, até poderá ser estendido a todas as auto-estradas, vias rápidas e estradas nacionais de Espanha, de acordo com o que está inscrito no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência do Governo liderado por Pedro Sánchez.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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