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| - Um vídeo partilhado em meados de julho nas redes sociais sugere que Jair Bolsonaro foi agredido logo após ter sido esfaqueado, a 6 de setembro de 2018, durante a campanha para as presidenciais do Brasil desse mesmo ano.
Na legenda do post partilhado no Facebook lê-se: “Quem mandou matar Bolsonaro? Para a imprensa não foi o PSOL [Partido Socialismo e Liberdade]…”. As imagens que acompanham a publicação mostram o agora Presidente do Brasil a ser levado ao colo por várias pessoas, que o auxiliam após o ataque de que foi alvo. Porém, o vídeo contém também uma seta que aponta para a mão de um homem e que sugere que este está a dar um soco em Bolsonaro.
A insinuação não é nova. Ao recuarmos até 2018, mais especificamente até dois dias após o esfaqueamento, percebemos que a informação novamente partilhada nas redes sociais já foi desmentida pelo filho de Bolsonaro. No Twitter, Eduardo Bolsonaro escreveu que “o homem que supostamente deu um soco em Bolsonaro é um Policial Federal. Não foi um soco, sua mão estava mole, ele estava direcionando o corpo de JB [Jair Bolsonaro] para entrar no carro”.
O homem que supostamente deu um soco em Bolsonaro é um Policial Federal. Não foi um soco, sua mão estava mole, ele estava direcionando o corpo de JB para entrar no carro. A mão está fechada, mas na hora foi desse jeito, sem querer mesmo, podem acreditar. Fiquem tranquilos ???? pic.twitter.com/YvpcZyw2oS
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) September 9, 2018
Além do filho de Bolsonaro, também a Polícia Federal do Brasil negou as alegações de que o agora Presidente do país tenha sido agredido. Num relatório, as autoridades escreveram que “o homem apontado no vídeo é o agente de Polícia Federal Luiz Felipe Félix”, que fazia parte da “segurança” de Bolsonaro e que foi um dos responsáveis por “extrair a vítima do local da facada, levando-a para um ambiente seguro”. No mesmo documento, a Polícia Federal referiu que, face às “falsas publicações na internet”, Luiz Felipe Félix começou a “ser atacado nas redes sociais e hostilizado na cidade em que residia, vendo-se obrigado a ser removido para outra localidade”.
A publicação sugere também a participação do PSOL no esfaqueamento de Bolsonaro. O autor confesso do crime, Adélio Bispo de Oliveira, foi filiado neste partido entre maio de 2007 e 29 de dezembro de 2014, altura em que terá pedido para sair.
Quem é (e o que motivou) Adélio, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro?
Contudo, a Polícia Federal concluiu — através de dois inquéritos, um realizado em 2018 e outro em 2020 — que Adélio Bispo de Oliveira planeou e executou o crime sozinho, por iniciativa própria e sem mandantes. Através da análise de imagens e documentos presentes nos telemóveis e computadores do autor confesso do crime, as autoridades não conseguiram comprovar a participação de partidos políticos no ataque. Porém, a polícia considerou que a motivação para o crime teria sido “indubitavelmente política”, segundo a Globo.
O próprio PSOL, em 2018, repudiou “qualquer ataque” contra Bolsonaro e disse esperar “das autoridades as medidas cabíveis contra o seu autor”. “O fato de Adélio Bispo de Oliveira ter sido filiado ao PSOL, entre 2007 e 2014, não altera em nada o posicionamento do partido em relação ao inaceitável atentado sofrido por Jair Bolsonaro”, lê-se numa nota divulgada pelo partido, citado pelo site de notícias G1.
Conclusão
Bolsonaro foi agredido com um soco logo após ter sido esfaqueado, na campanha para as eleições presidenciais do Brasil? Não é verdade essa informação que circula nas redes sociais, já que tanto o filho do agora Presidente do Brasil como um relatório da Polícia Federal do país negam que tenha existido qualquer agressão.
A publicação sugere também que o PSOL esteve envolvido no esfaqueamento de Bolsonaro. Mas esta insinuação também não é verídica, uma vez que as autoridades apuraram que o autor do crime agiu sozinho e que o próprio partido veio repudiar o “inaceitável atentado” de que Jair Bolsonaro foi vítima.
Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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