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  • Não há provas que vitamina D ajuda a tratar covid; estudo é inconclusivo Estudo americano sobre os impactos da ingestão de vitamina D na prevenção da covid-19 é inconclusivo. A pesquisa não respalda a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) de 2020, quando ele receitou o suplemento para o combate do vírus, como sugerem posts distorcidos. Até hoje não há nenhum estudo que prove a eficácia da vitamina D contra o novo coronavírus. A pesquisa citada nas postagens investigadas apresenta uma série de limitações no controle dos pacientes durante a execução do estudo. O estudo foi realizado pelo grupo Nature e publicado na revista Scientific Reports (veja aqui). O que dizem os posts: - As publicações desinformativas começaram a circular no Facebook a partir do dia 29 de novembro; - O post usava print de título de matéria da Folha de S. Paulo e do Gazeta do Povo. A reportagem da Folha, de 2021, dizia: "Bolsonaro ignorou 4 notas da Saúde ao defender vitamina D para Covid", enquanto a Gazeta do Povo, em 2022, noticiava: "Suplementação com vitamina D reduz em um terço mortalidade por Covid-19, conclui estudo com mais de meio milhão de pessoas". Além dos prints, havia as seguintes frases nas publicações: - "Quem estava certo?"; - "Bolsonaro estava certo". Elas sugeriam que a Folha de São Paulo teria errado em seu texto do ano passado, o que não é verdade. Dos três maiores posts desinformativos checados, dois foram realizados por políticos bolsonaristas: - Primeiro pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO); - Depois pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Resultados. O estudo compartilhado foi conduzido no Departamento dos Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos e contou com mais de 600 mil pacientes. A pesquisa dizia que a suplementação das vitaminas D2 (de origem vegetal) e D3 (origem animal) reduziu o risco de infecção por covid-19 em 28% (para a D2) e 20% (para a D3). A vitamina D2 também teve papel na diminuição da mortalidade de infectados pelo vírus em 25%, número que não foi considerado como estatisticamente expressivo. Enquanto a D3 foi responsável por uma queda de 33% no risco de morte daqueles que contraíram a doença no mês anterior. Limitações do estudo. O próprio documento esclarece algumas limitações da pesquisa: - O grupo medicado ter sido melhor cuidado e mais atento à prevenção; - O não uso isolado da vitamina por alguns pacientes; - Pessoas terem tomado vitamina D por conta própria no grupo "sem vitamina D". Vitamina D não tem papel na prevenção da covid. Segundo Evaldo Stanislau, infectologista do Hospital das Clínicas, "[o estudo] não é suficiente para demonstrar algum papel da vitamina D em covid ou qualquer outra doença". O especialista levou em consideração as limitações descritas no próprio artigo e um recente estudo publicado no The New England (veja aqui), que dizia que a vitamina D não protege nem os ossos de fraturas. O que diz o NIH. O NIH (National Institutes of Health), ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (Estados Unidos da América), considera que: Faltam provas claras de que a suplementação de vitamina D fornece proteção contra infecções ou melhora resultados em pacientes com Covid-19." National Institutes of Health OMS. A última fala da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o assunto foi em setembro de 2020. Na época, em sua página oficial do Facebook, a Organização disse que: "suplementos vitamínicos e minerais não podem curar a covid-19" —em tradução livre. O guia da Organização sobre uso de terapêuticos no tratamento da covid, que foi atualizado pela última vez em setembro de 2022, nem cita a vitamina D. O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe. ID: {{comments.info.id}} URL: {{comments.info.url}} Ocorreu um erro ao carregar os comentários. Por favor, tente novamente mais tarde. {{comments.total}} Comentário {{comments.total}} Comentários Seja o primeiro a comentar Essa discussão está encerrada Não é possivel enviar novos comentários. Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar. Só assinantes do UOL podem comentar Ainda não é assinante? Assine já. Se você já é assinante do UOL, faça seu login. O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.
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