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| - Não é verídico o vídeo que mostra Joe Biden, candidato democrata às eleições presidenciais norte-americanas deste ano, dormindo durante uma entrevista ao vivo ao canal KBAK. As imagens, na verdade, são uma montagem de dois vídeos: um gravado em 2011, no qual o cantor Harry Belafonte parece cochilar e não responde à apresentadora; e outro atual, em que é possível ver Biden olhando para baixo por alguns segundos.
A peça de desinformação, que circulou antes em línguas inglesa e espanhola, passou a ser compartilhada nas redes brasileiras nesta semana para criticar o candidato democrata. No Facebook, a peça de desinformação reunia centenas de compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira (3). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
“Pode acreditar. Este é o candidato que diz que vai vencer Donald Trump”, diz a legenda que acompanha um vídeo em que Joe Biden aparece dormindo durante uma entrevista televisiva. As imagens que mostram o candidato democrata roncando ao vivo, no entanto, são falsas.
A peça de desinformação utiliza um vídeo veiculado no canal californiano KBAK em outubro de 2011. Na ocasião, o cantor Harry Belafonte não respondeu à saudação da apresentadora do programa, o que fez parecer que ele tivesse caído no sono durante a entrevista. Segundo a assessoria de Belafonte, no entanto, ele estaria meditando e não ouviu a apresentadora porque seu equipamento de áudio não estava funcionando corretamente.
Já a imagem de Biden foi retirada do vídeo gravado em abril deste ano em que Hillary Clinton endossa a candidatura do democrata. A peça de desinformação utiliza um trecho em que Biden olha para baixo (cerca de 1’07’’).
Em nenhum momento de qualquer um dos vídeos há os sons de ronco que aparecem na peça de desinformação. O usuário do Twitter @damonimani, que afirma ter sido o criador da montagem, disse ter incluído os roncos ele mesmo no vídeo final.
Antes de ser compartilhada no Brasil, a montagem circulou também em redes de língua espanhola e inglesa, tendo sido desmentida por diversas equipes de checagem como Snopes, USA Today, Factcheck.org e AFP.
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