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| - “E o moribundo CDS lá elegeu o eurodeputado mais faltoso do Parlamento Europeu como boss. Falta saber por quanto tempo. Será que não vai faltar à sua tomada de posse?”, lê-se em publicação deste domingo, 3 de abril, divulgada no Facebook em tom jocoso e irónico.
Não há referência a qualquer período temporal ou até a um grupo específico de eurodeputados (por nacionalidade ou ala política, por exemplo), nem é indicada qualquer fonte de informação.
O Polígrafo consultou os dados compilados no portal “VoteWatchEurope“, organização independente e sem fins lucrativos que, entre outras estatísticas, regista todas as votações realizadas nas instituições da União Europeia.
De acordo com esses dados, entre 1 de julho de 2019 e 16 de dezembro de 2021, apenas nove dos 698 eurodeputados (ou deputados ao Parlamento Europeu) tidos em conta nos cálculos (são no total 705 os lugares no hemiciclo) estiveram presentes em todas as votações nominais, ou seja, tiveram uma taxa de ausência de 0%.
Nuno Melo, por sua vez, do grupo de centro-direita PPE, encontra-se na 555.ª posição do ranking, isto é, na metade que mais faltou às votações no período em causa. Ainda assim, a sua taxa de presença foi de 96,62%, uma taxa bastante elevada quando comparada com o último lugar do ranking que se cifrou nos 59,29%, ou seja, marcou presença em pouco mais de metade das votações.
No que respeita ao grupo de eurodeputados portugueses, a verdade é que Melo continua a não ser o mais faltoso entre 2019 e 2021. O lugar é ocupado por Sandra Pereira, eurodeputada eleita pela CDU, que esteve presente em 94,81% das votações.
Dos 21 eurodeputados portugueses, o agora líder do CDS-PP ocupa a 19.ª posição no ranking da assiduidade em votações, tendo marcado presença na já mencionada percentagem de 96,62% das votações. Paulo Rangel, eleito pelo PSD, é mesmo o mais exemplar e aproxima-se do pleno – 99,83% – na taxa de presença, seguido de perto por Lídia Pereira (PSD) e Francisco Guerreiro (ex-PAN).
Melo é eurodeputado desde 7 de junho de 2009 e foi este domingo, no 29.º Congresso do CDS-PP, eleito como novo líder dos centristas. No discurso de encerramento disse ter “orgulho no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras” e acusou o Governo de matar a “democratização do ensino” e de criar um “fosso social e formativo entre os alunos portugueses”. Nesse sentido garantiu que vai tornar o CDS-PP numa “oposição mais eficaz para que os portugueses tenham uma alternativa“.
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Avaliação do Polígrafo:
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