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  • Lula da Silva venceu as eleições frente a Jair Bolsonaro em Outubro de 2022, para ser eleito Presidente da República do Brasil pela terceira vez. Desde então, o Brasil enfrentou uma tentativa de insurreição, em Brasília, nas Praças dos Três Poderes. Depois de uma campanha eleitoral tensa e de um resultado renhido, milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro, inconformados com a derrota do ex-Presidente, invadiram os principais edifícios de soberania do país: o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Na altura, Lula da Silva, recém eleito Chefe de Estado, descrevia a invasão como uma “barbárie” sem “precedente na História” do Brasil e culpava diretamente Jair Bolsonaro por “estimular” e “provocar” o ataque. Lula foi rápido a condenar o antecessor, uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi constituída para investigar os ataques e concluiu, depois de cinco meses de investigação e depoimentos perante o Congresso brasileiro, que o “8 de Janeiro é obra do bolsonarismo”. Apesar de estar nos Estados Unidos, no dia da invasão, Bolsonaro foi acusado de ser o “autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições que culminaram no dia 8 de Janeiro de 2023”. O contexto é essencial para percebermos o que está a ser partilhado nas redes sociais. Um vídeo de pouco mais de três minutos que mostra milhares de pessoas, vestidas com as cores do Brasil: o verde e o amarelo e muitas com bandeiras nacionais às costas. Nas imagens veem-se milhares de apoiantes de Jair Bolsonaro, incluindo um homem com um chapéu onde se pode ler “Bolsonaro 2022“. As imagens são partilhadas sem qualquer informação adicional e na legenda da publicação de Facebook escreve-se: “Proclamação da República, 15/11/2023, Brasília, agora.” Recorrendo aos meios de comunicação sociais brasileiros, como o Globo e a Gazeta do Povo, conseguimos verificar que aconteceram manifestações de apoiantes de Jair Bolsonaro no dia 15 de novembro, feriado no Brasil por ser dia da Proclamação da República. Foram convocadas manifestações em 13 cidades do país, mas em São Paulo, apenas 100 pessoas apareceram com cartazes a condenar Lula da Silva e o Supremo Tribunal. Em Brasília estiveram reunidas 200 pessoas. As imagens que estão a ser partilhadas nas redes sociais mostram o contrário: milhares de pessoas a gritar palavras de ordem contra Lula da Silva. Além disso, o vídeo mostra apoiantes de Bolsonaro a utilizar roupa alusiva a 2022, ano em que o candidato perdeu o Palácio da Alvorada para Lula, e também um painel no topo de um edifício a celebrar os 200 anos de independência do Brasil, também comemorado em setembro do ano passado, que foi retirado em janeiro, na altura da tomada de posse de Lula. Por isso, o Observador recorreu à ferramenta TinEye, que permite pesquisar a origem de uma imagem que não esteja contextualizada ou seja manipulada, para encontrar o exato vídeo na rede social Kwai (uma nova rival do TikTok) partilhado no dia 7 de setembro do ano passado. É a mesma conclusão que alguns Fact Checkers brasileiros como a Lupa e o Estadão chegam. Estas imagens foram partilhadas nas redes sociais em setembro do ano passado. Conclusão Ao contrário do que indicam as publicações no Facebook, as imagens de milhares de pessoas a cantar palavras de ordem contra Lula da Silva, na praça dos Três Poderes em Brasília, não são recentes, muito menos a assinalar o dia da Proclamação da República, no passado dia 15 de novembro. Houve manifestações em mais de uma dezena de cidades brasileiras, mas não juntaram mais que poucas centenas de pessoas. As imagens que estão a ser partilhadas são de setembro de 2022 e os sinais são muitos, desde acessórios que os manifestantes usam até painéis a celebrar os 200 anos de independência do Brasil, assinalados no ano passado. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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