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| - 12 de março de 2024. O FC Porto discutia com o Arsenal a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões da UEFA em Londres, no Emirates Stadium. Ao intervalo, a equipa portuguesa perdia por 1-0, com um golo de Leandro Trossard. Como é tradicional, depois do apito do final da primeira parte, as câmaras apressaram-se a seguir de perto o protagonista do primeiro tempo, neste caso o autor do único golo. Trossard aparecia assim em primeiro plano, enquanto saía para os balneários, à conversa com o árbitro da partida. Imagem mais comum do que esta não há no mundo do futebol, só que a internet não perdoou.
De repente, telespectadores de todo o mundo repararam nas alegadas semelhanças físicas e faciais entre o jogador do Arsenal e o árbitro francês. De fotografia em fotografia partilhada, as redes sociais brincaram com o momento, mesmo em algumas das mais prestigiadas páginas de futebol internacionais. Só que houve quem percebesse mal a brincadeira.
Com o passar dos dias — e mesmo dos meses — a brincadeira transformou-se num boato e rapidamente surgiram publicações a indiciar uma relação de parentesco entre os dois protagonistas. Muitas diziam que eram irmãos, a maioria que eram pai e filho. Começou então a circular a informação de que a dupla teria entrado na história da Liga dos Campeões, como sendo o primeiro pai e filho a estarem juntos num jogo da competição como árbitro e jogador. Mas será verdade?
É falso e facilmente desmontável por vários motivos. Em primeiro lugar, Trossard e Turpin são de nacionalidades diferentes: enquanto que o jogador é belga, nascido em Maasmechelen, na Bélgica, o juiz do jogo é francês, nascido em Oullins, em França. Em segundo lugar, Clément Turpin nasceu em 1982 e Leandro Trossard em 1994, o significa que, apesar de possível, seria muito improvável que o francês tivesse sido pai aos 12 anos. Em terceiro lugar, está documentado que os pais de Leandro são Peter Trossard e Linda Scheepers.
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De qualquer maneira, caso a informação fosse verdadeira, não haveria lugar para qualquer polémica: o “áudio-árbitro” da Rádio Observador, Pedro Henriques, ex-árbitro internacional e especialista em arbitragem, explica que não há qualquer regra que impeça um encontro entre pai árbitro e filho jogador no relvado: “Tal como um pai pode ser treinador de um filho, ou colega ou adversário, não há qualquer lei que proíba essa situação.”
Foi apenas uma coincidência, aproveitada para muitas brincadeiras na internet.
Conclusão
É falso que um pai tenha arbitrado o próprio filho num jogo de futebol da Liga dos Campeões da UEFA. As duas pessoas mencionadas — o árbitro Clément Turpin e o jogador Leandro Trossard — não têm qualquer relação de parentesco ou ligação, apesar da aparente semelhança física. Mesmo que fossem pai e filho, não há qualquer regulamento que proíba a situação descrita.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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