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| - No dia em que foi votado na Assembleia da República um projeto voto de pesar, apresentado pelo Chega, pelo falecimento do agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), Fábio Guerra, que foi vítima de agressões junto a uma discoteca em Lisboa, por parte de pelo menos dois elementos do Corpo de Fuzileiros da Marinha Portuguesa que já admitiram as agressões, o Partido Comunista Português (PCP) optou por não votar a favor.
Pedro Frazão, deputado à Assembleia da República pelo Chega, denunciou a situação no Facebook e considerou “sectários” os comunistas que se abstiverem em relação ao voto de pesar, no dia 13 de abril. O que Frazão não referiu foi que, no mesmo dia, também foi votado um projeto do Partido Socialista (PS) com a mesma intenção. Nesse, o PCP votou favoravelmente. Mas o que os diferencia?
Consultando os documentos apresentados por cada um dos partidos, PS e Chega, há algumas notas a destacar. Nomeadamente a forma como a morte do agente da PSP é retratada.
Os socialistas optaram por escrever que “o agente da PSP Fábio Guerra, natural da Covilhã, de 26 anos de idade, faleceu no passado dia 21 de março, no Hospital de São José, na sequência de violentas agressões de que foi vítima em 19 de março de 2022″ e que, “conforme refere o comunicado da PSP – e que aqui se enaltece – ‘o agente Fábio Guerra honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento de dar a vida, se preciso for, num gesto extremo de generosidade e sentido de missão‘”.
Quanto ao Chega, este partido optou por escrever o seguinte: “Na madrugada do último domingo, um grupo de agentes da PSP da esquadra 64 de Alfragide, que se encontravam de folga em Lisboa, junto a uma discoteca na Avenida 24 de julho, aperceberam-se de desacatos, e cumprindo as premissas de que a sua prioridade é garantir a segurança e liberdade de circulação dos cidadãos, os quatro agentes tentaram colocar cobro às altercações.
Foram barbaramente agredidos na sequência desta tentativa de apaziguamento da situação e o agente Fábio Guerra, de somente 26 anos de idade, natural da Covilhã, acabou conduzido em estado crítico para o hospital. Passadas pouco mais de 24 horas dos acontecimentos profundamente brutais, o corajoso agente infelizmente não resistiu à gravidade dos ferimentos, tendo acabado por falecer.”
Se o PS decidiu louvar a “coragem”, “dedicação” e “sentido de missão de ajuda ao próximo”, que “ficarão sempre
na memória e na gratidão dos portugueses”, o Chega destacou que “com profundo pesar, choramos a morte de um jovem, nesta situação de violência extrema e injustificada, quando tentava, como jurou, zelar pela segurança dos seus concidadãos. Homenageamos e honramos também todos os que ‘ao serviço da Ordem e na defesa da Sociedade‘, deram a própria vida“.
No geral, e embora as palavras escolhidas pelos socialistas tendam a despersonalizar a situação, ao contrário das do Chega, a verdade é que os projetos em nada diferiam naquele que era o seu objetivo final: expressar pesar pelo falecimento do agente da PSP, Fábio Guerra, e apresentar as condolências à família, amigos e colegas da PSP.
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