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| - “Há dúvidas [de] que ninguém irá travar o tsunami do Chega? Esperneiem [que] eu gosto”, comenta-se no post em causa, datado de 3 de dezembro. Exibe uma imagem com os supostos resultados de uma “nova sondagem SIC/’Expresso'”, na qual sobressai um “Chega colado ao PSD“.
Na liderança surge o PS com 40% das intenções de voto, seguindo-se o PSD com 24%, o Chega com 20%, a CDU com 6% e o Bloco de Esquerda com 5%, perfazendo um total de 95%.
Os resultados dos demais partidos (desde logo o CDS-PP, o PAN e o Iniciativa Liberal que tinham representação parlamentar na última legislatura) não aparecem na imagem mas, em conjunto, terão assim obtido 5% do total das intenções de voto expressas na sondagem.
Verdade ou mentira?
A mais recente sondagem SIC/”Expresso” referente a eleições legislativas foi publicada no dia 13 de novembro (pode consultar aqui). Os resultados que surgem na imagem estão corretos, excepto o do Chega que, na realidade, obteve 10% das intenções de voto. Também há uma imprecisão de dois pontos percentuais no que concerne ao PSD.
De facto, o PS destaca-se na liderança, com 40% das intenções de voto, seguindo-se o PSD com 26%, o Chega com 10%, a CDU com 6%, o Bloco de Esquerda com 5%, o PAN com 2%, o Iniciativa Liberal com 2% e o CDS-PP com 1%.
Estas percentagens correspondem a uma “projeção dos resultados excluindo abstencionistas (17%) e após imputação de indecisos e recusas (14%)”. O trabalho de campo desta sondagem decorreu entre os dias 21 de outubro e 1 de novembro de 2021, sob a coordenação de uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Foram obtidas 800 entrevistas válidas.
Consultando o arquivo de sondagens registadas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), aliás, verificamos que o partido Chega nunca obteve 20% das intenções de voto referentes a eleições legislativas, ou quaisquer outras eleições em Portugal, desde a sua fundação em abril de 2019.
Trata-se portanto de uma fake news, baseada na deturpação grosseira dos resultados de uma sondagem.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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