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| - “Que me dizem a isto? Algum economista que me consiga explicar?”. A interrogação parte de uma análise aos preços do barril de petróleo e dos combustíveis nos anos de 2008 e 2022, quando os portugueses enfrentaram aumentos significativos associados a estes dois bens. A perplexidade prende-se com o facto de, em 2008, o barril de petróleo custar 147 dólares e a gasolina e o gasóleo custarem, respetivamente, 1,533 euros e 1,348 euros por litro. Já em 2022, ao passo que o barril de petróleo está mais barato, 123 dólares, a gasolina e o gasóleo estão mais caros (1,999 euros e 1,949 euros por litro).
Os números estão corretos? A que períodos no ano é que se referem? E como se explica que um barril de petróleo mais barato não resulte em combustíveis também mais baratos? E vice-versa?
Primeiro os números: Segundo os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em 2008 a cotação do petróleo bruto (Brent) atingiu o seu valor mais elevado no mês de julho, com uma média (mensal) de 133,18 dólares por barril. Mas se olharmos para os números diários, disponíveis no portal “Investing Portugal”, a verdade é que houve um máximo de 147,50 dólares por barril de petróleo no dia 11 de julho de 2008. No mesmo dia, o preço da gasolina e do gasóleo cifrava-se, segundo os dados da DGEG, nos 1,525 euros e nos 1,428 euros por litro.
Salto para 2022, ano em que, até agora, a cotação mais alta do barril do petróleo se verificou precisamente no dia em que foi partilhada a publicação, 7 de março. O preço cifrava-se, assim, nos 139,13 dólares, um montante bem acima daquele apontado no post, que se refere à cotação de abertura nesse mesmo dia (122,79 dólares, ou seja, aproximadamente 123 dólares).
Ora, nesse dia, o litro de gasolina 95 custava 1,917 euros. O gasóleo, por sua vez, custava 1,812 euros por litro. Ambos os montantes diferem daqueles que constam na publicação em causa, mas não deixam de confirmar a principal conclusão a que chega o autor: Que um barril de petróleo mais caro em 2008 dava origem a combustíveis mais baratos do que em 2022.
Contactada pelo Polígrafo, a Apetro considera que “são vários os fatores que contribuem” para este facto. Entre eles: “A cotação dos produtos refinados em relação ao crude; A taxa de câmbio entre o euro e o USD (dólar norteamericano); O valor do ISP – Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP + CSR + adicional de CO2) e a taxa de IVA; O nível de incorporação de biocombustíveis; A inflação acumulada que tem impacto nos custos operacionais”.
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Avaliação do Polígrafo:
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