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| - Com o aproximar da celebração dos 50 anos do “White Album”, dos Beatles, a CBS decidiu realizar, em outubro de 2018, uma grande entrevista a Paul McCartney, o baixista, cantor, autor que, com John Lennon, assinou a maioria das canções do quarteto de Liverpool. Ao revisitar o passado, Sir Paul McCartney acabaria por confessar que, além de não saber de cor todas as músicas dos Beatles – “são muitas (…) e não têm apenas 3 acordes” – também não sabe ler uma pauta musical nem escrever música.
“É embaraçoso”, confessou ao programa “60 Minutes”, da CBS. “Eu não leio nem escrevo música. Nenhum de nós sabia, nos Beatles. Apesar disso, fizemos algumas coisas boas. Mas nada do que fizemos foi escrito [na pauta] por nós. Trata-se, basicamente, de notação musical [a forma escrita de representar peças musicais]. Essa é a parte que não consigo fazer. Porque não vejo a música assim. Não vejo…”, disse.
McCartney tem uma visão diferente: “Não vejo música como pontos numa página. É algo contínuo na minha cabeça”. Contínuo, sem dúvida, pois, aos 77 anos, ainda não deu por encerrada a sua carreia musical. Em 2018 editou mais um longa-duração, “Egypt Station” com 16 canções originais.
McCartney falou ainda, nesta entrevista à CBS, sobre as suas inseguranças e a forma como lida com elas para continuar a fazer sempre melhor. Mas também das inseguranças de John Lennon – sim, também as tinha.
No programa “60 Minutes Overtime”, onde a CBS conversa com a jornalista Sharyn Alfonsi sobre a entrevista que fez a McCartney, são revelados detalhes que ficaram de fora do alinhamento principal. Um deles é a revelação de que John Lennon também tinha as suas inseguranças. McCartney recorda o dia em que este lhe confessou estar preocupado com “a forma como as pessoas se vão lembrar de mim”. Paul lembra, de seguida, a resposta que lhe deu na época: “Vais ser lembrado como um dos maiores. Porque és… És fantástico!”
Foi um dos maiores, fantástico, incontornável na história da música e… não sabia ler nem escrever na pauta. Mas isso pouco ou nada interessa nem foi algo que impedisse o quarteto de vender centenas de milhões de discos em todo – são a banda que mais discos vendeu nos EUA, de acordo com os registos oficiais da Record Industry Association of America, citados pela “Business Insider”.
E não vale o argumento de que hoje já não se vendem discos, apenas ficheiros áudio, e essa contabilidade está distorcida, pois foram consideradas, na construção daquela lista, as vendas digitais.
Avaliação do Polígrafo:
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