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| - É uma série de publicações com origem no Brasil e nos Estados Unidos da América (EUA), sobretudo através de páginas ligadas a movimentos anti-aborto, e que entretanto também já chegou a Portugal.
“Abominável. OMS classifica aborto como um dos ‘serviços essenciais‘ durante a crise da Covid-19″, destaca-se na mensagem de uma dessas publicações em língua portuguesa.
Verdade ou falsidade?
A alegação em causa baseia-se num relatório técnico emitido pela OMS no início de março, com recomendações aos governos sobre como gerir – em diversas vertentes, desde a prática clínica até à proteção dos profissionais de saúde, protocolos de investigação, operações humanitárias, etc. – a pandemia do novo coronavírus.
Num dos documentos que compõem o relatório técnico, focado na “gestão clínica da infecção respiratória aguda grave (SARI) em caso de suspeita de doença Covid-19”, indica-se que “as escolhas das mulheres e direitos a cuidados de saúde sexual e reprodutiva devem ser respeitados, independentemente do estado de Covid-19, incluindo o acesso a contracepção e aborto seguro em toda a extensão da lei”.
É a partir desta recomendação que se extrapola – nas redes sociais – para a classificação como um dos “serviços essenciais” durante a pandemia de Covid-19, algo que não é inteiramente falso mas nem sequer está referido especificamente no supracitado documento.
Algumas publicações também apontam para uma suposta resposta da OMS a questões colocadas pelo site norte-americano “Daily Caller”, mas essa fonte de informação tem uma evidente agenda política e não é fidedigna.
De qualquer modo, a forma simplista e hiperbólica como se destaca a recomendação da OMS acaba por distorcer o conteúdo e a amplitude da mesma, quase que uma nota de rodapé num dos muitos documentos que compõem o relatório técnico.
Mais do que promover o aborto como um dos “serviços essenciais”, tal como é sugerido em várias publicações nas redes sociais, trata-se afinal de recomendar que “as escolhas das mulheres e direitos a cuidados de saúde sexual e reprodutiva devem ser respeitados, (…) incluindo o acesso a contracepção e aborto seguro em toda a extensão da lei”.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Parcialmente falso: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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