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| - “Mas qual é a parte de as licenças de Alojamento Local terem crescido exponencialmente enquanto António Costa e Fernando Medina eram presidentes da Câmara Municipal de Lisboa que não perceberam? Eu não estou a defender o Carlos Moedas. Mas só se lembraram agora porque o Moedas é do PSD e de direita? Estou só a tentar perceber.”
Esta publicação no Twitter surge num momento de grande polémica pelo apoio dado por Carlos Moedas a quem investiu no alojamento local em Lisboa, no decurso dos seus protestos contra o Governo e medidas que este anunciou para o setor. As acusações ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, nas redes sociais, de proteger os privados e não fomentar a habitação a custos acessíveis são o contexto deste tweet.
O mais impressivo na publicação é o gráfico (cuja fonte mencionada é o Turismo de Portugal) que mostra a evolução do número total de estabelecimentos de alojamento local registados em Lisboa entre 2011 e 2018. Durante este período, recorde-se, a cidade foi governada pelo PS e pelos dois principais responsáveis políticos – agora no Executivo – das medidas que agora pretendem limitar o alojamento local nas zonas de maior pressão na procura de imóveis: António Costa (com Fernando Medina como vice, a partir de outubro de 2013) até abril 2015 e daí em diante Fernando Medina.
Os dados desse gráfico apontam para uma subida exponencial do alojamento local em Lisboa: de menos de 500 unidades em 2011/12/13 para quase 18 mil em 2018, alicerçada em apartamentos (que constituem cerca de 90 por cento das unidades).
O gráfico que ilustra a publicação é autêntico?
Sim. Apesar de não estar disponível no site do Turismo de Portugal (que estava com a sua página indisponível nos dias em que o Polígrafo fez a pesquisa), é possível validar a sua veracidade. O gráfico foi incluído neste documento publicado pela Câmara Municipal de Lisboa para consulta pública (em setembro/outubro de 2019): “Estudo de Impacte Ambiental da Alteração do Loteamento da Av. Das Forças Armadas (“Loteamento da Praça de Entrecampos – Volume I – Relatório Síntese”, de agosto de 2019, realizado pela consultora Nemus.
Na página 238 do documento, surge então o gráfico, tal qual foi reproduzido no tweet. O estudo revelava ainda este dado: esses mais de 16 mil alojamentos do tipo familiar colocados no mercado de arrendamento de curto prazo entre 2011 e 2018 correspondiam, já em 2018, “a cerca de 5% do stock de alojamentos familiares clássicos do concelho de Lisboa”.
É, assim, verdadeiro que as unidades de Alojamento Local em Lisboa passaram de menos de 500 até quase 18 mil durante sete anos de governação socialista (2011-2018).
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Avaliação do Polígrafo:
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