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| - “Já que trouxeram o tema das jornadas parlamentares do PS, um pouco bizarro para ser discutido numa declaração política, há uma questão que era importante perceber: é que foram ali, ao distrito de Leiria, e a senhora deputada vem aqui a esta bancada e diz que uma das prioridades foi a gestão florestal e rural do país. Num distrito onde os incêndios foram o que foram, em Alvaiade, em Ansião, o seu primeiro-ministro não teve uma palavra para as populações. Uma palavra para os bombeiros. O que é que estiveram a fazer durante o fim-de-semana em Leiria? Deve ter sido passear”, começou por declarar o líder do Chega.
O atestado de incompetência passado por André Ventura ao Governo não ficou, no entanto, por aqui. E nem sempre se manteve fiel à verdade: “A senhora deputada disse que as escolas e os professores eram um fator fundamental de coesão social. E são, mas também não ouvi o seu primeiro-ministro falar disto nas jornadas parlamentares. Temos o ano escolar a começar com 60 mil professores em falta, em que só em Lisboa 300 estabelecimentos encontram-se sem professores. E a senhora deputada consegue passar seis minutos sem dar uma palavra aos pais, às escolas e aos professores.”
Mas o facto é que o deputado do Chega não conseguiu acertar em nenhum dos números que referiu. Desde logo, é falso que faltem 60 mil professores nas escolas em Portugal. Na verdade, mostram os dados do Sistema Interativo de Gestão de Recursos Humanos da Educação (SIGRHE), são cerca de 60 mil os alunos que vão ter pelo menos um professor em falta. Sendo que os professores se encarregam de mais de que uma turma (formadas por pelo menos duas dezenas de alunos), não faz sentido equivaler um aluno a um professor.
Por outro lado, não são 300 os estabelecimentos de ensino em Lisboa em que faltam professores. São sim quase 300 professores que estão em falta nos estabelecimentos de ensino em Lisboa. Os dados foram analisados pelo jornal Público e, de acordo com a plataforma SIGRHE do Ministério da Educação, havia esta segunda-feira 676 vagas para professores por preencher, um total de 9654 horas letivas. Segundo o jornal Público, é o distrito de Lisboa aquele onde a falta de professores mais se faz sentir, estando em falta 295 docentes.
Em suma, Ventura falhou na crítica ao Governo, evocando dados imprecisos e que induzem em erro.
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Avaliação do Polígrafo:
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