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| - “Depois das escabrosas declarações da ministra Marta Temido – “enterram-se os mortos e tratam-se os vivos” [a qual já foi analisada pelo Polígrafo] – segue-se a diretora da DGS [Direção-Geral da Saúde], uma completa falta de respeito pela vida humana… Somos governados por metecaptos sem escrúpulos”, critica a autora de uma das publicações em causa, datada de 12 de outubro.
Motivo? Uma citação atribuída a Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, sem qualquer indicação de data ou contexto, nos seguintes termos: “Não é uma fatalidade os idosos terem Covid-19 e morrerem“.
Confirma-se que Graça Freitas desvalorizou os idosos que morrem de Covid-19 ao dizer que “não é uma fatalidade”?
A descontextualização de tal frase isolada é tão acentuada que, na realidade, Graça Freitas estava a defender uma ideia diametralmente oposta.
“Muitas destas pessoas, além da idade, cerca de 40% ou mais, têm várias patologias, nomeadamente três, quatro ou até mais. Sendo as patologias mais frequentes as cárdio-cerebrovasculares, depois obviamente as respiratórias, as renais, as oncológicas… Mas, dito isto, não é uma fatalidade ser idoso, ter doenças e morrer de Covid-19. Portanto, mesmo entre os idosos, a taxa de letalidade é relativamente baixa. E portanto temos que ter aqui este aspecto em consideração: não é uma fatalidade ser idoso, não é uma fatalidade ter doenças. Pode, de facto, acontecer um óbito, mas não é obrigatório“, afirmou exatamente Graça Freitas, em conferência de imprensa realizada no dia 18 de abril de 2020.
Ou seja, Graça Freitas estava a sublinhar que mesmo reunindo fatores de risco significativos como a idade avançada e outras doenças além da Covid-19, “não é uma fatalidade” ou “não é obrigatório” que venha a “acontecer um óbito”, na medida em que a taxa de letalidade permanecia “relativamente baixa” na altura.
Lendo a frase integral e no devido contexto, a ideia que resulta é diametralmente oposta à que está sugerida na publicação sob análise. É um exemplo paradigmático de descontextualização de uma frase isolada, de tal forma deturpadora que acaba por inverter o respetivo sentido ou significado original.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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