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| - Estão a circular no Facebook várias publicações que alegam que, em Itália, um armazém militar utilizado para guardar vacinas contra a Covid-19 foi incendiado depois de aprovada a vacinação obrigatória para todas as forças de segurança do país. É falso. Primeiro: não se trata de um armazém militar, mas sim de um quartel com dormitórios ocupados pela polícia paramilitar italiana, os Carabinieri. Segundo: o edifício não é utilizado para armazenar vacinas contra a Covid-19. A informação é confirmada ao Observador por fonte oficial dos Carabinieri. Terceiro: o incêndio não ocorreu logo após ter sido aprovada a vacinação obrigatória para as forças de segurança italianas, como dão a entender as publicações nas redes sociais, porque essa aprovação já tinha sido sinalizada anteriormente pelo Executivo de Roma.
Vamos aos factos. O incêndio neste edifício ocorreu mesmo. Trata-se do quartel Salvo D’Acquisto, em Viale Tor di Quinto, Roma, detalha ao Observador fonte oficial dos Carabinieri. O incêndio ocorreu a 15 de dezembro e foi noticiado pela comunicação social italiana, como a RaiNews. Um outro órgão de comunicação social que deu conta do incêndio foi a iNews24. O canal divulgou imagens do edifício em chamas. Foram estas imagens que foram partilhadas por vários utilizadores de Facebook com as alegações falsas acima analisadas.
O autor da publicação escreve: “Itália: depois de aprovada a vacinação obrigatória para todas as forças de segurança, o armazém militar onde as vacinas foram armazenadas pega fogo magicamente”.
Vamos aos factos, uma vez mais. Como já referido, o incêndio ocorreu a 15 de dezembro — a data a partir da qual entrou em vigor a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 de forças de segurança, membros de serviços de emergência e professores em Itália. No entanto, a decisão do governo italiano já tinha sido anunciada previamente. Ou seja, o incêndio não começou após a aprovação da vacinação obrigatória para forças de segurança, visto que essa medida teve luz verde muito antes.
E, como também já referido, não há qualquer relação entre estas instalações dos Carabinieri e vacinas contra a Covid-19. “Queremos realçar que o incêndio aconteceu nos dormitórios do 8º Regimento dos Carabinieri, os ‘Lazio’, e que o acidente não tem qualquer relação com o armazenamento de vacinas. De facto, não há qualquer armazém de vacinas (no quartel)”, lê-se na resposta enviada por e-mail ao Observador pelo gabinete de comunicação dos Carabinieri.
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A notícia da iNews24, que deu origem às publicações de Facebook em análise neste Fact Check, também não faz qualquer referência ao armazenamento de vacinas contra a Covid-19.
De acordo com o jornal la Republica, o incêndio teve origem num fogão. As chamas atingiram depois os outros andares do edifício. Um militar ficou ferido.
Conclusão
Falso. As imagens mostram um incêndio a consumir as instalações de um quartel da polícia paramilitar italiana, os Carabinieri. O incêndio ocorreu no dia 15 de dezembro, data em que entrou em vigor a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 para forças de segurança em Itália. No entanto, o edifício não era utilizado para armazenar vacinas e não há relação entre a origem das chamas e a aprovação da vacinação obrigatória para forças de segurança em Itália.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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