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  • O que estão compartilhando: vídeo mostra imagens “vazadas” do deputado federal André Janones (Avante-MG) “assumindo que armou com a história do celular do Bebiano e com a deputada Carla Zambelli durante a campanha eleitoral de 2022. Segundo o post, ele teria confessado: “eu fiz fake news”. O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso porque são cenas do documentário extremistas.br, da Globo, filmadas em outubro de 2022, e não imagens vazadas de Janones. Ele não admite ter feito “fake news” durante o filme, diferentemente do que diz a postagem analisada. As cenas mostram uma articulação do deputado para, segundo ele, “desviar a militância” da campanha bolsonarista com conteúdos do celular do ex-ministro Gustavo Bebianno e os vídeos em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) empunha uma arma para o jornalista Luan Araújo, em São Paulo. Carla é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo episódio. Em seu livro publicado no ano passado, Janones afirmou que nunca teve o celular do presidente do PSL, falecido após um enfarte em 2020. Durante as últimas eleições, o parlamentar foi obrigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a retirar do ar vídeos desinformativos em que relacionava o ataque promovido pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Leia mais: Postagem anuncia que imagens “vazadas” do deputado André Janones (Avante-MG) mostram uma “armação” contra a campanha de Bolsonaro e Zambeli nas eleições de 2022. Porém, as cenas são de um documentário da Globo lançado no ano passado e mostram um momento em que o parlamentar comenta sobre uma estratégia para “desviar a militância” da campanha bolsonarista. Janones não afirma ter produzido fake news no vídeo. O primeiro episódio da série extremistas.br acompanha André Janones durante as eleições de outubro de 2022. O filme mostra a radicalização no debate político e traz cenas em que o deputado ameaça Bolsonaro, nas redes sociais, com supostos conteúdos do celular de Bebianno – coordenador da campanha do ex-presidente em 2018. Durante o trecho, Janones disse que estava com mensagens do aparelho, mas assumiu na gravação que “não há nada mais do que o cara xingando e falando palavrão”. “Por isso eu nem quis soltar. Só que consegui tirar eles cinco dias de combate”, afirmou. Essas cenas aparecem a partir dos 17 minutos do documentário. Em seu livro, Janonismo Cultural: O uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil, o deputado revela que inventou estar em posse do celular do ex-ministro pouco antes do último debate presidencial, numa tentativa de abalar emocionalmente Bolsonaro. Ele afirma que nunca teve posse do aparelho de Bebianno e insinuou ter acesso ao conteúdo do aparelho para “atormentar” o ex-presidente. O documentário ainda mostra o momento, durante um voo, em que Janones recebe vídeos de Zambelli empunhando uma arma enquanto perseguia um homem às vésperas do segundo turno das eleições. O parlamentar aproveita o episódio para reforçar a tática de desestabilizar os adversários de campanha nas redes sociais. A deputada é ré no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento. Diferentemente do que diz a postagem analisada, Janones não disse textualmente “eu fiz fake news” durante o filme da Globo; mas o deputado usou sim uma estratégia de desinformação durante as eleições de 2022. Na época, o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, proibiu o parlamentar de associar Bolsonaro ao ataque promovido por Jefferson contra a Polícia Federal. Por conta do comportamento nas redes, o deputado teve suas contas monitoradas pelo Tribunal até o fim do pleito. Como lidar com posts do tipo: O conteúdo analisado compartilha como uma “bomba” e “vazado” um conteúdo que estava disponível desde o ano passado na plataforma Globoplay. A tática é usada para trazer novidade a um assunto que já era conhecido e noticiado. Nestes casos, a partir de uma busca reversa ou de uma pesquisa no Google com palavras-chaves (Janones + celular + Bebianno + Bolsonaro) conseguimos encontrar o documentário e as informações disponíveis sobre a polêmica.
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