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| - “Eu não admito, e eu já disse isto várias vezes e sei que o doutor Rui Rio, se pensar um bocado, chega aqui e concorda com isto. Nós não podemos ter em Portugal um bombeiro ferido a ganhar 290 euros de pensão e termos políticos presos a ganhar 3.000 euros. Desculpe lá, isto é uma imoralidade absoluta“. Foi com esta frase que André Ventura, líder do Chega, fechou a penúltima intervenção no debate de ontem frente a Rui Rio, líder do PSD.
Quando se refere a um “bombeiro ferido”, Ventura está a recordar a história de Rui Rosinha, o bombeiro voluntário que pertencia à corporação de Castanheira de Pêra e a quem foi atribuído um grau de incapacidade de 85% na sequência dos ferimentos causados no incêndio de Pedrógão Grande em 2017.
Ainda assim, e tal como o Polígrafo já verificou, o valor da pensão do ex-bombeiro é ligeiramente superior ao indicado por Ventura. “Estou a receber 395,57 euros desde janeiro por parte da Caixa Geral de Aposentações”, esclareceu. Além disso, Rosinha está ainda a ser apoiado pelo Fundo de Proteção Social do Bombeiro.
No que respeita ao valor das subvenções de ex-políticos presos, referia-se aos exemplos de Armando Vara, entretanto em liberdade depois de ter cumprido dois anos e nove meses da pena de prisão de cinco anos à qual foi condenado, e Duarte Lima. Ambos continuam, efetivamente, a usufruir de uma subvenção mensal vitalícia, mas não no valor de 3.000 euros. Esta informação é pública, a lista de beneficiários da subvenção mensal vitalícia está disponível na página da Caixa Geral de Aposentações (CGA).
De facto, quer Armando Vara quer Duarte Lima fazem parte da fatia que junta mais de 300 ex-políticos (e também ex-juízes do Tribunal Constitucional) que recebem essa prestação mensal.
De acordo com a informação divulgada pela CGA, Armando Vara requereu a subvenção mensal vitalícia em 2003, cerca de três anos antes de ter sido nomeado como administrador da Caixa Geral de Depósitos, ao passo que Duarte Lima requereu a subvenção mensal vitalícia em 2010, cerca de um ano depois de ter exercido o último mandato como deputado à Assembleia da República.
As subvenções de Vara e Lima estão em situação “ativa”, ou seja, continuam a ser pagas na sua totalidade, com os valores de 2.014,15 euros e 2.289,10 euros respetivamente. Assim, estes valores estão aquém dos apontados por Ventura, que falhou quer na pensão atribuída ao bombeiro ferido em Pedrógão, quer na subvenção mensal vitalícia atribuída aos dois ex-políticos mencionados.
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Avaliação do Polígrafo:
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