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  • É falso que Lula teria roubado um crucifixo supostamente esculpido por Aleijadinho, pertencente à União. O conteúdo mentiroso voltou a circular após a investigação acerca das jóias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante viagens diplomáticas. O que diz o post A publicação compartilha print de uma matéria da revista Veja de 2016. O texto tem como título: "PF encontra cofre de Lula com joias e obras de arte" e o subtítulo: "Localizado em sala em agência do Banco do Brasil, o acervo está guardado em 23 caixas lacradas desde janeiro de 2011 e inclui crucifixo que havia desaparecido do Planalto". A reportagem foi publicada em 11 de março de 2016 e a autoria é "Da Redação". Abaixo disso há uma imagem de um cofre com porta metálica e, ao lado dela, uma imagem do cristo supostamente roubado por Lula. Na legenda está escrito: "E agora, petistas? Como respeitar uma imprensa marrom, comunista, socialista, militante e jacobina? Impossível." Por que é falso? Lula não roubou o crucifixo. A peça foi dada a ele, como presente, em 2003, pelo presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, José Alberto de Camargo. O que significa que ela não pertence ao patrimônio público e não estava "desaparecida" do acervo do Palácio do Planalto, como alegam os posts. Presentes oferecidos por cidadãos, empresas e entidades costumam permanecer com os ex-presidentes (veja aqui). A reportagem da revista Veja é antiga e foi publicada em 11 de março de 2016 (aqui), no auge da Operação Lava Jato. O colunista do UOL Leonardo Sakamoto escreveu hoje (16) texto opinativo sobre a volta da desinformação sobre o crucifixo de Lula em meio à turbulência das joias roubadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (aqui). A trajetória do Crucifixo no Planalto Em ordem cronológica, entenda a jornada do objeto durante os mandatos de Lula e Dilma. Em 2003: Lula recebe o crucifixo como presente e decide colocá-lo em uma coluna em seu gabinete no Palácio do Planalto. A peça era originalmente de propriedade de Dom Mauro Morelli, então bispo de Duque de Caxias (RJ), que a vendeu para Camargo em 2003 por R$ 60 mil. O crucifixo, talhado em madeira de tília, possui 1,5 metro de altura. A obra não foi produzida por Aleijadinho e tem origem européia dos séculos XVI ou XVII. Em março de 2009: Durante a reforma do Palácio do Planalto, Lula leva o Cristo para uma sala no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Em agosto de 2010: O crucifixo retorna ao gabinete presidencial e é instalado atrás da mesa de Lula. Em janeiro de 2011: Com o início do mandato de Dilma Rousseff (PT), o crucifixo é retirado do gabinete. É levado a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira, junto com outras peças valiosas do acervo de Lula, conforme apurado pela reportagem da revista Época. Em 25 de fevereiro de 2011: A revista Época publicou uma matéria relatando a trajetória da peça (aqui). Em 11 de março de 2021: O The Intercept Brasil publica uma matéria na série de reportagens conhecida como Vaza Jato. A matéria relata os bastidores da caçada ao Cristo de Lula em 2016, pela Operação Lava Jato e já conta que o então procurador da República Deltan Dallagnol acreditava erroneamente que o crucifixo havia sido esculpido por Aleijadinho e pertencia à União (aqui) Hoje a peça está na sala do presidente no Palácio do Planalto, segundo a assessoria de Lula. Viralização. Compartilhado em 14 de agosto no Instagram, o conteúdo soma 2,9 mil visualizações nas últimas 24 horas. Conteúdo similar também foi checado pela Agência Lupa. Deixe seu comentário O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
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