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| - Durante o debate eleitoral realizado na SIC Notícias entre os cinco candidatos ao Parlamento Europeu que têm neste momento assento parlamentar, o centrista Nuno Melo teceu fortes críticas a um ranking internacional que o dá como o 15º eurodeputado português (em 21) em termos de desempenho.
O mesmo ranking – conhecido por MEP Ranking – coloca o eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes no topo da lista e Manuel dos Santos, do PS, em último lugar.
O eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, chegou mesmo a afirmar que esse ranking dos eurodeputados “é uma fraude, uma treta” (pode conferir nesta gravação em vídeo).
O argumentário de Nuno Melo para colocar em causa a credibilidade do MEP Ranking é o que se segue:
– Não é um site oficial do Parlamento Europeu;
– Não se sabe quem está por detrás do site nem quem são os seus financiadores;
– Os eurodeputados pagam para serem favorecidos na classificação.
O MEP Ranking é um site independente que avalia a atividade dos eurodeputados em função de 14 critérios. Entre eles encontram-se a assiduidade, o número de relatórios produzidos, o número de discursos realizados, de moções escritas ou perguntas redigidas. Com esses dados na mão, o algoritmo criado pelo MEP Ranking faz o resto.
Este ranking é considerado pela generalidade dos eurodeputados como a maior referência na avaliação do seu trabalho. Valorizam as suas conclusões. Nuno Melo não será exceção – a sua reação enérgica é um indício forte de que o eurodeputado do CDS não é indiferente ao que é ali publicado.
Sobre as dúvidas de Melo quanto aos seus autores e respetivos financiadores: No próprio site estão as biografias dos autores, bem como a morada, o telefone e o e-mail através dos quais o MEP Ranking pode ser contactado.
Sobre o “estatuto” não oficial do site: Nuno Melo tem razão quando diz que não estamos perante um site oficial do Parlamento Europeu. Em resposta a perguntas enviadas por escrito pelo Polígrafo/SIC, o MEP Ranking, que afirma “conhecer” as críticas de Nuno Melo, assegura que “nem vale a pena contrariar a ideia de que não somos um site oficial, uma vez que nunca dissemos que éramos”. De facto, no site é dito expressamente que se trata de uma entidade independente.
Sobre as dúvidas de Melo quanto aos seus autores e respetivos financiadores: No próprio site estão as biografias dos autores, bem como a morada, o telefone e o e-mail através dos quais o MEP Ranking pode ser contactado.
Quanto aos financiadores do projeto: Nuno Melo tem razão quando afirma que não se sabe quem financia o site. Ao Polígrafo SIC, o MEP fez saber que é sustentado por “doações de indivíduos que consideram a nossa actividade relevante.” Mas recusa-se a divulgar quem são “por questões de confidencialidade”.
Há três elementos apresentados como sendo os dinamizadores do projecto: Miquel Catala (gerente), Alba Rius (designer gráfica) e Julii Selianko (conselheiro político e autor do algoritmo que Nuno Melo critica).
Quanto aos financiadores do projeto: Nuno Melo tem razão quando afirma que não se sabe quem financia o site. Ao Polígrafo SIC, o MEP fez saber que é sustentado por “doações de indivíduos que consideram a nossa actividade relevante.” Mas recusa-se a divulgar quem são “por questões de confidencialidade”. Porém, assegura que “não fazemos parte de nenhuma fundação ou partido político e não recebemos dinheiro de qualquer das organizações previamente mencionadas”.
Por fim, relativamente à acusação segundo a qual os eurodeputados pagam para obter melhores classificações, o MEP Ranking nega que isso aconteça: “Trata-se de uma acusação falsa que tem como objetivo descredibilizar-nos. Nuno Melo tem todo o direito de discordar do nosso método, mas na sua posição tem responsabilidades, por isso não devia ser tão imaginativo”.
Em resumo, Nuno Melo tem razão em algumas das acusações que faz ao MEP Ranking, mas naquela que é a mais essencial (a sua falta de credibilidade), é traído pela circunstância de se tratar de uma plataforma de referência para a generalidade dos eurodeputados.
Avaliação Polígrafo/SIC:
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