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| - “As palavras e decisões do padre caíram muito mal, e geraram uma forte onda de reações dos políticos afetados e não só. O senador disse à estação televisiva local que está preocupado com o pedido para ser padrinho do seu sobrinho. ‘A minha mulher estava entusiasmada. Ia ser o seu primeiro afilhado, e agora não podemos’, lamentou, como verá no vídeo a seguir. O padre disse em declarações, que ‘a igreja católica precisa de olhar para si própria’ para perceber o porquê de ‘estarem a fechar igrejas e a perder crentes‘, acrescenta-se no texto do artigo.
Na imagem de destaque do vídeo, incorporado no artigo, aparece o logótipo da TVI24 e títulos em língua portuguesa: “Padre defende pedofilia. Padre diz que ‘pedofilia não mata ninguém, mas abortar sim”. Contudo, ao visualizar o vídeo, trata-se afinal de uma reportagem de uma televisão norte-americana, em língua inglesa.
Ou seja, o padre em causa é norte-americano e não português. No título e no texto da publicação sob análise não há qualquer referência à nacionalidade do padre, ao que acresce a falsificação da imagem de destaque do vídeo, dando a aparência de que se trata de um padre português, numa igreja portuguesa, em caso noticiado pela TVI24. É um logro.
O texto do artigo é confuso e mistura uma série de afirmações sem nexo.
A origem da história encontra-se numa reportagem da estação de televisão norte-americana NBC News, de 12 de fevereiro de 2020, na qual se revela que “um padre de Rhode Island diz que o aborto é pior do que a pedofilia, a qual ‘não mata ninguém‘”.
Segundo a NBC News, o reverendo Richard Bucci, padre católico da Igreja do Sagrado Coração de West Warwick, em entrevista à estação de televisão WJAR de Providence (filial da NBC), descreveu o aborto como “a matança de crianças inocentes“.
“Nós não estamos a falar de qualquer outra questão moral, em que alguns poderão fazer uma comparação entre a pedofilia e o aborto. A pedofilia não mata ninguém, e isto [o aborto] mata“, declarou o reverendo Bucci, citado pela NBC News.
O padre norte-americano disse também que mais crianças foram mortas através de aborto do que foram abusadas sexualmente, ressalvando que “isto não é dizer que o abuso não é uma coisa terrível“.
Concluindo, além do logro montado em torno da origem da história e nacionalidade do padre em causa, o facto é que a citação destacada no título do artigo também está deturpada. O reverendo Bucci não afirmou que “a pedofilia não é crime”. Torna-se assim incontornável classificar esta publicação como sendo fake news.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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