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  • “Este homem tinha-os bem no sítio. Recusou jogar o Mundial de 1978 por motivos políticos. Pois o Mundial era na Argentina e o país estava nas mãos dos militares e do regime de [Jorge] Videla. Ele não aceitou jogar um Mundial nessas condições e nesse país. A Holanda foi à final e perdeu. Com ele certamente teriam ganho. Mas o Johan Cruyff não esqueceu nem os seus princípios nem os seus valores. Foi de Férias”, lê-se numa das publicações em causa. “Seria bonito haver um grande jogador em 2022 a recusar participar no Mundial do Qatar. Com Maradona para mim foi o maior. E tal como Maradona tinha ideias fixas e não pactuava com interesses”, conclui-se. O contexto destas publicações (difundidas em várias línguas e países) remete para os protestos simbólicos contra o Mundial de 2022 no Qatar, devido à morte de milhares de trabalhadores migrantes na construção dos estádios, além de práticas de exploração laboral e xenofobia/racismo. Esta semana, por exemplo, a seleção nacional da Dinamarca apresentou um novo conjunto de equipamentos que inclui uma camisola integralmente negra, em homenagem aos trabalhadores migrantes que construíram os estádios no Qatar. Mas, ao contrário de Cruyff em 1978, os jogadores dinamarqueses não deixarão de participar na competição, pelo que o protesto é meramente simbólico. Sim, é verdade que Cruyff não jogou no Mundial de 1978, mas terá sido por causa da ditadura militar na Argentina? Em 1978, Cruyff tinha 31 anos de idade, ainda jogava no FC Barcelona e poderia ser a figura de proa na seleção holandesa nesse Mundial, secundado por Johan Neeskens, Rob Rensenbrink, Ruud Krol ou Johnny Rep. Seria uma oportunidade de redenção da “laranja mecânica” (denominação inspirada no “carrossel” do futebol holandês que deliciava adeptos em todo o mundo, além da cor das camisolas da seleção e do filme de Stanley Kubrick que adaptou o livro de Anthony Burgess), quatro anos depois de ter perdido a final do Mundial de 1974 contra a anfitriã Alemanha Ocidental (versão RFA, pré-queda do Muro de Berlim) de Gerd Müller e companhia. Mas Cruyff optou por não participar e a Holanda (entretanto rebaptizada como Países Baixos) voltou a chegar à final e perdeu novamente contra o país anfitrião, dessa vez a Argentina de Mario Kempes e companhia. Logo na altura e nas décadas seguintes especulou-se que teria recusado jogar em protesto contra a ditadura militar na Argentina, então sob a liderança do caudilho Jorge Videla, um dos promotores da infame “Operação Condor” que aterrorizou várias nações da América do Sul. Noutras versões da história apontou-se para um suposto diferendo entre Cruyff e a Federação Holandesa de Futebol em torno de contratos de patrocinadores. Ou seria uma questão de pagamento de bónus/prémios aos jogadores da seleção. Também se culpabilizou a esposa, Danny Coster, pela decisão do jogador. Há muitas histórias que desde então têm sido contadas e a nova época das redes sociais acabou por recuperar e exponenciar muitos desses rumores especulativos. Até que em 2008, cerca de 30 anos mais tarde, ao ser entrevistado por uma rádio catalã, o próprio Cruyff desvendou finalmente a verdadeira razão que o levou a não participar no Mundial de 1978. Poucos meses antes da competição, Cruyff e a família tinham sido vítimas de uma tentativa de rapto. Criminosos irromperam na sua residência em Barcelona durante a noite e, sob a ameaça de armas, prenderam Cruyff e a esposa com cordas. “Devem saber que eu tive problemas no final da minha carreira como jogador aqui e não sei se sabem que alguém apontou uma espingarda à minha cabeça e atou-me e atou a minha mulher em frente às crianças, no nosso apartamento em Barcelona”, disse o antigo jogador (que também viria a distinguir-se como treinador) na referida entrevista em 2008. A tentativa de rapto acabou por fracassar, mas Cruyff diz que esse acontecimento mudou a sua perspetiva sobre a vida. “As crianças estavam a ir para a escola acompanhadas pela polícia. A polícia dormiu na nossa casa por três ou quatro meses. Eu ia para os jogos com um guarda-costas“, recordou. “Todas estas coisas mudam o nosso ponto de vista sobre muitas coisas. Há momentos na vida em que há outros valores. (…) Nós quisemos parar aquilo e ser um pouco mais sensíveis. Era o momento de abandonar o futebol e eu não podia jogar no Mundial depois daquilo“, sublinhou. Posteriormente, em declarações a um jornal peruano, Cruyff voltou a confirmar que o motivo foi a tentativa de rapto, lamentando que ao longo dos anos “muitas histórias tenham sido inventadas”. Questionado sobre o suposto protesto contra a Junta Militar da Argentina, o holandês realçou que se tivesse sido por motivos políticos também “nunca teria jogado em Espanha durante a ditadura de Franco“. ___________________________________ Avaliação do Polígrafo:
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