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| - “Hoje, nós temos saldos migratórios positivos“. A afirmação foi proferida por João Torres, secretário-geral adjunto do PS, na SIC, no programa “Expresso da Meia-Noite” de 28 de outubro, estabelecendo o contraponto com o que acontecia há 10 anos, durante o Governo de coligação PSD/CDS-PP.
De facto, os dados do INE confirmam que o saldo migratório (a diferença entre imigração e emigração) de Portugal é positivo desde 2017, após seis anos em que permaneceu negativo. Desde esse ano são mais os estrangeiros que vêm viver para Portugal do que os portugueses que optam por residir noutro país.
Mas qual foi a evolução da emigração de jovens portugueses nos governos de Passos Coelho e António Costa, durante o mesmo tempo de poder (uma legislatura)?
A Pordata, tendo por base o Instituto Nacional de Estatística (INE) – “Estimativas Anuais de Emigração” – apresenta os dados da emigração portuguesa por grupos etários, estando os jovens (universalmente considerados como tal até aos 30 anos de idade, exclusive) distribuídos por quatro categorias: menos de 15 anos; dos 15 aos 19; dos 20 aos 24 e dos 25 aos 29 anos.
Excluindo o primeiro grupo (por ser composto integralmente por dependentes), o Polígrafo comparou os números da emigração jovem (saída do país) nos quatro anos dos primeiros governos liderados por Pedro Passos Coelho e António Costa. Em ambos os casos, foi avaliada a evolução entre o ano do início de mandato e o ano do fim.
Assim, verifica-se que entre o ponto de partida e o de chegada, no período de governação da coligação PSD/CDS-PP, sob a intervenção da troika, registou-se um aumento na emigração jovem (16%), ao passo que durante o primeiro mandato do Executivo do PS a tendência foi de diminuição (27%).
Porém, se for observada a evolução ano a ano, verifica-se que a inversão de tendência de crescimento do número de jovens que abandonam o país (que vinha já desde 2010) deu-se ainda no período em que Passos Coelho era primeiro-ministro (a partir de 2013). Esse decréscimo foi depois reforçado durante os quatro anos seguintes, quando Costa passou a chefiar o Governo.
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Avaliação do Polígrafo:
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