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| - Está a circular no Facebook, principalmente em grupos de pais e de habitantes da zona do Algarve, um aviso de “tentativas de rapto”. Alega-se que se trata de “informação fidedigna” partilhada por uma amiga da autora da partilha.
“Oi pais. Queria informar que houve tentativas de rapto de crianças pequenas no Mar Shopping (junto ao IKEA) e no Fórum Algarve”, alerta-se na mensagem viral. O relato torna-se mais concreto, já que, garante-se, “tiveram de fechar o fórum e encontraram uma miúda já com o cabelo cortado numa casa de banho sozinha”.
Já no outro centro comercial mencionado, o Mar Shopping, um funcionário terá apanhado um casal a filmar uma mulher. Assinala-se ainda, de forma vaga, que “têm desaparecido mulheres na zona” e recomenda-se a quem habita no Algarve a estar mais alerta.
Os relatos divulgados nas redes sociais têm fundamento?
O Polígrafo contactou as duas forças policias às quais poderia ter sido apresentada queixa formal se estas tentativas de rapto tivessem acontecido. Fonte oficial da Polícia de Segurança Pública (PSP) informa que não recebeu “denúncia de situações passíveis de se enquadrar no crime em apreço”. A Guarda Nacional Republicana (GNR) confirma a ausência de queixas, não tem registo de denúncias ou de ocorrências relacionadas com o descrito, na zona referida.
Igualmente contactada, a administração do MAR Shopping Algarve, um dos centros comerciais apresentados como locais onde teriam ocorrido estes episódios, desmente “categoricamente” a ocorrência de tentativas de rapto no centro comercial. Acrescenta ainda que, além de falsas, estas publicações são suscetíveis de “provocar alarme social, razão pela qual o centro comercial está a avaliar com os seus serviços jurídicos a denuncia às autoridades competentes”.
Quanto ao Fórum Algarve, fonte oficial do centro comercial nega ao Polígrafo ter conhecimento de situações idênticas às relatadas: “São histórias falsas com vários anos, que são continuamente propagadas nas redes sociais.
A PSP garante ao Polígrafo que não é o primeiro alerta falso deste género que chega ao seu conhecimento neste mês de maio, os restantes em localizações diversas. A força policial lembra que estas campanhas nas redes sociais, sem fundamento real, “são comuns”. Mas reforça o alerta para que “os cidadãos que sejam vítimas de crime, ainda que de mera tentativa, ou que testemunhem a prática de crimes, contactem a PSP no mais curto espaço de tempo, permitindo uma célere reação policial e o imediato desencadear da investigação”.
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