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  • “Universidade Johns Hopkins confirma: podes ter sido vacinado com um teste PCR, mesmo sem saberes.” Apesar de terem passado mais de dois anos após o início da pandemia de Covid-19, ainda existem publicações virais nas redes sociais que espalham teorias da conspiração sem qualquer sustentação. É o caso da alegação de um post recente que, por isso, não passa de uma publicação falsa. No extenso artigo do site Cosmic World Newspage, que surge na publicação, refere-se que esta vacinação ocorre através de um “pequeno aparelho”, feito de metal, que muda de forma, e se aloca à “mucosa do intestino” para “injetar drogas”. Esse aparelho seria depois colocado no corpo humano através da famosa zaragatoa, usada em milhões de testes Covid-19. Ou seja, paralelamente a uma campanha massiva de testagem que foi iniciada em vários países no mundo, no âmbito da pandemia, terá ocorrido outra, protagonizada pela Organização Mundial de Saúde, para vacinar o máximo número de pessoas, alegadamente até sem conhecimento das próprias pessoas vacinadas. Uma tese ousada que, como se provará, não faz sentido algum. Vamos por partes. Convém relembrar o que é um teste PCR. Estes testes de diagnóstico foram concebidos para reconhecer partes do material genético específicas do novo coronavírus. É feito por um profissional de saúde em diversos locais, como laboratórios ou farmácias certificadas. É utilizada uma zaragatoa que depois é introduzida na cavidade nasal de uma pessoa para que seja recolhida uma amostra. O resultado segue depois para análise e costuma demorar algumas horas. Depois, a verdade é que o autor da publicação original confunde uma série de conceitos e estudos científicos para manipular uma informação sobre a pandemia. Por exemplo: de facto, a tecnologia experimental em causa existe (“Theragrippers”, termo em inglês), tendo sido fabricada pela Universidade Johns Hopkins, tal como conta o Lead Stories, fact-checker que verificou esta publicação considerando-a como falsa. Esta tecnologia fez parte de um estudo de outubro de 2020, realizado em animais, e que pode ser consultado no jornal científico Science Advances. Não há, no entanto, qualquer referência aos testes PCR e à ideia de que estes são usados como estratégia para vacinar pessoas em massa. A 4 de fevereiro deste ano, o mesmo instituto endereçou um email ao Lead Stories para clarificar alguns pontos. “Os ‘Theragrippers’ nunca foram testados ou usados para a vacinação. O artigo fala destes tais pequenos aparelhos que são colocados no intestino através de uma endoscopia. Quando atingem uma determinada temperatura, entram no tecido e introduzem determinados medicamentos. Esta nanotecnologia teve resultados promissores em laboratório. Contudo, está numa fase inicial e ainda não foi aprovada para o uso em seres humanos”, escreveram os responsáveis da Johns Hopkins. Portanto, ainda que o mecanismo exista, não tem qualquer relação com técnicas e instrumentos utilizados para combater o novo coronavírus. Conclusão Não é verdade que a Universidade Johns Hopkins tenha concluído, durante um estudo científico, que as zaragatoas utilizadas nos testes PCR contêm uma nanotecnologia que permite injetar vacinas em seres humanos. Esse estudo foi feito, sim, em outubro de 2020, e diz respeito a uma nanotecnologia testada, em fase experimental e não realizada em seres humanos, que permite injetar medicamentos através dos intestinos. A mesma instituição confirmou que não há qualquer correlação entre os dois. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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