schema:text
| - “O Quartel do Cabeço de Bola foi cedido temporariamente pela Câmara Municipal de Lisboa à Cooperativa Largo Residências, que tem subarrendado os vários espaços do Quartel para eventos de cariz ‘artístico’ e ‘cultural’. Dentro do Quartel funcionam várias oficinas de artistas e, inclusivamente, um restaurante/bar aberto ao público. Em posts anteriores mostrámos que estes eventos são lesivos para a saúde dos moradores por causa do ruído que produzem”, começa por explicar-se nesta publicação feita pelo grupo de “Vizinhos de Arroios”, a freguesia lisboeta onde se localiza este antigo posto da GNR.
“Neste post, mostramos que estes também são lesivos para a saúde das pessoas que os frequentam”, continua a publicação. Isto porque o Quartel “consta da lista de imóveis públicos com amianto, que é publicada semestralmente pela Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças (DGTF). Nesta lista, o Quartel está classificado com o nível 1 dado o mau estado de conservação das infraestruturas. Ou seja, no Relatório considera-se que a probabilidade de contacto entre pessoas e amianto é muito elevada”.
O movimento de residentes destaca ainda que “a inalação de fibras de amianto está associada a várias doenças respiratórias como, por exemplo, asbestose, patologia pleural benigna, o cancro do pulmão e cancro da pleura (mesotelioma)” e considera que “esta situação é absolutamente inaceitável”, exigindo por isso que o edifício “seja imediatamente encerrado ao público“.
É inegável que este antigo quartel da GNR está incluído na lista semestral de imóveis públicos com amianto, da DGTF, assim como o é que nele decorrem eventos regulares para os moradores, onde é promovida cultura variada. No antigo edifício da grr existem residências artísticas, ateliers, espaços de co-working e para organização de eventos. Porém, e já no final de 2023, o espaço deverá começar a ser transformado em habitação, através do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, num investimento total de 65 milhões de euros.
Ao Polígrafo, a direção da cooperativa “Largo Residências”, que ocupa o espaço, explica que este é um “espaço do Governo, com gestão temporária do Município de Lisboa, que à semelhança de inúmeros edifícios por todo país, escolas, hospitais, etc, tem algumas zonas com telhados de fibrocimento” e que, aquando o momento de preparação de algumas intervenções de recuperação de espaços para a actividade actual, a cooperativa foi informada de que “o prazo previsto para a remoção destes materiais seria superior ao prazo da permanência no local em questão”.
“Mais ainda, sendo prevista a nossa saída deste espaço ainda este ano, para que a obra definitiva no quartel inicie (onde várias destas áreas serão demolidas) não haveria qualquer prioridade na sua remoção. O que fizemos foi, nas zonas em causa (que não são de todo a maioria) construir tectos falsos para que nenhum cidadão estivesse em contacto permanente com estes materiais, bem como a reparação de certas fissuras para que não exista qualquer perigo. Já tivemos inclusive a visita de técnicos da unidade de saúde pública que puderam confirmar o que aqui está descrito”, garante a direção.
Durante as atividades, as crianças são também expostas ao exterior, “sem qualquer exposição a materiais perigosos“. Para mais, “têm sido facultados vários espaços do Quartel para uso de escolas e jardins de infância que não dispõe de espaço de recreio com a dimensão que aqui se encontra, livre de automóveis e do monóxido de carbono por ele produzido”.
__________________________
Avaliação do Polígrafo:
|