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  • O que estão compartilhando: vídeo mostra objetos doados em galpão da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS). A legenda diz: “Muita gente pergunta onde estão as doações. Outros nem acreditam quando contamos, mas estão aí”. O Estadão Verifica checou e concluiu que: é enganoso. Os donativos recebidos pela Ulbra são armazenados em um prédio e entregues aos abrigados na Universidade e nos alojamentos da cidade gaúcha pelo Exército. A Prefeitura de Canoas, responsável por distribuir os itens no município, informou que as doações recebidas são destinadas prioritariamente para os abrigos e o excedente é entregue à população. Voluntários na Ulbra relataram à reportagem que “não houve interrupção na distribuição” e que, no início das chuvas, quando o número de desabrigados era alto, as doações eram destinadas principalmente para o alojamento no local. À medida que o número de desabrigados diminui, os donativos são redirecionados para outros abrigos. Saiba mais: Vídeo filma um prédio da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas, no Rio Grande do Sul, cheio de donativos às vítimas das chuvas. O conteúdo sugere que os itens ficam guardados e não são entregues à população. Porém, desde o dia 3 de maio, a universidade atende desabrigados e distribui diariamente as doações para pessoas acolhidas na instituição e envia os itens excedentes aos alojamentos da cidade. Voluntários que atuam no local confirmaram as informações ao Estadão Verifica. À reportagem, a Ulbra informou que as imagens mostram o local que armazena donativos que chegam de todo o Brasil. “Distribuímos as doações diariamente para os abrigados e, uma vez ao dia, ônibus cedidos pela prefeitura são carregados e levados pelo Exército até os alojamentos para que as pessoas peguem o necessário”. As dependências da instituição se transformaram no maior abrigo do Estado e chegaram a acolher mais de 8 mil desalojados. Por nota, o Exército confirmou a realização das entregas diárias das doações aos abrigos e informou que a Prefeitura de Canoas é responsável pela distribuição dos itens. De acordo com o município, “a orientação é que os donativos sejam usados prioritariamente para atender os abrigados. O excedente deve ser entregue para a população que precisar. A prefeitura também realiza doações itinerantes, com itens que não seriam utilizados nos abrigos”. Leia também: Voluntários negam que doações não sejam distribuídas O voluntário Luccas Bell, que atuou como coordenador no prédio que recebe donativos na Ulbra, explicou que desde o início das chuvas houve uma grande quantidade de desabrigados acolhidos no local. “Eram cerca de 8 mil pessoas nas primeiras semanas. Todas as doações que entravam eram destinadas para suprir as necessidades de alimentação, higiene e roupa. O que tínhamos mal dava conta. Ali se tornou uma central, bem maior que a da prefeitura em um primeiro momento. As pessoas queriam ir até lá buscar materiais, mas não tínhamos como fornecer porque precisávamos atender a demanda dos abrigos”, disse. Segundo Bell, o local também distribui as doações excedentes ao município, sobretudo com a redução da demanda causada pelo recuo no nível da água em algumas regiões e a saída de pessoas dos abrigos. “Temos roupas, papel higiênicos, fraldas, calçados, água e outros itens que estamos deslocando para os abrigos cadastrados. A prefeitura e o Exército realizam a organização dos donativos em ônibus e vão nos bairros da cidade para distribuir. Isso tem sido feito desde o início”, esclareceu. Nico Godoy, voluntário na área de doações da Ulbra, confirmou ao Verifica que os materiais são prioritariamente destinados ao abrigo da instituição e àqueles cadastrados pelo município. “No início dávamos para todos que pediam, sejam os abrigados na Universidade ou externos, com o devido controle, mas a prefeitura implementou um cadastro de alojamentos, o que barrou essa entrega para pessoas. A instrução era de que o local de doação para a população geral seria no centro de distribuição. Isso pode ter gerado alguma confusão”, disse. “Em nenhum momento fomos instruídos a não distribuir as doações. O que aconteceu foi que precisamos diminuir a quantidade em alguns momentos, pois sabemos que no início sempre recebemos muita ajuda, mas que com o tempo elas tendem a diminuir. O estoque precisa ter uma boa gestão, afinal trabalhamos com uma expectativa de quatro meses de operação do abrigo”, explicou Godoy, Como lidar com posts do tipo: Desde o início de abril, a tragédia climática no Rio Grande do Sul se tornou alvo de desinformação nas redes sociais. É importante pesquisar sobre o trabalho realizado nos abrigos antes de compartilhar informações nas redes sociais. Outras checagens realizadas pelo Estadão Verifica também mostraram que o decreto da Prefeitura de Canoas não permite confiscar doações ao povo do Rio Grande do Sul e que é falso que doações tenham sido estocadas na universidade de Canoas para aguardar visita de Lula.
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