About: http://data.cimple.eu/claim-review/6e9034c83c5b3009d3aaf31ab2f0f968220484c821ceac447c9c6c26     Goto   Sponge   NotDistinct   Permalink

An Entity of Type : schema:ClaimReview, within Data Space : data.cimple.eu associated with source document(s)

AttributesValues
rdf:type
http://data.cimple...lizedReviewRating
schema:url
schema:text
  • Uma publicação realizada no Facebook a 29 de agosto afirma que, segundo um estudo, os profissionais de saúde totalmente vacinados contra a Covid-19 desenvolvem uma carga viral 251 vezes superior à dos trabalhadores não vacinados quando são infetados pelo coronavírus. O conteúdo consiste numa captura de ecrã de um cabeçalho aparentemente noticioso que afirma que esta foi a conclusão descrita num artigo pré-impresso de um grupo de investigação clínica da Universidade de Oxford publicado na revista científica The Lancet a 10 de agosto deste ano. A suposta notícia surge como tendo sido desenvolvido pelo médico e especialista em saúde pública norte-americano Peter A. McCullough. As informações desta publicação são, no entanto, falsas. E o nome que surge como autor da aparente notícia já é um indício disso mesmo: Peter A. McCullough é, de facto, cardiologista e mestre em saúde pública, mas também foi responsável por algumas das mais profundas desinformações relacionadas com a pandemia de Covid-19. O médico insistiu no uso da hidroxicloroquina como solução para a doença mesmo depois de se ter verificado que era ineficaz, afirmou que as pessoas assintomáticas não transmitiam o vírus a terceiros, defendeu que os indivíduos com menos de 50 anos não precisavam de ser inoculadas contra a Covid-19 e sugeriu que as vacinas eram responsáveis pela morte de milhares de pessoas. Estas declarações foram analisadas (e contrariadas) pela Agence France Presse e pela Health Feedback, assim como por outras páginas de verificação de factos, ao longo da pandemia. Fact Check. Yale publicou estudo que comprova eficácia de hidroxicloroquina? Mas o artigo pré-impresso que a publicação menciona existe mesmo, só que não concluiu que a carga viral das pessoas vacinadas e infetadas pelo SARS-CoV-2 era centenas de vezes superior à dos infetados sem a vacinação cumprida — até porque não era esse o objetivo do estudo. O artigo, que pode ser consultado aqui, analisou os quadros clínicos de 62 profissionais de saúde de um grande hospital dedicado às doenças infecciosas no Vietname que foram infetados pelo SARS-CoV-2 já depois de terem recebido a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford. Os objetivos eram dois: comparar a carga viral desenvolvida por pessoas infetadas com a variante delta com a gerada por pessoas infetadas com outras variantes; e também apurar os níveis de anticorpos dos profissionais de saúde vacinados, em contraponto com um grupo de controlo composto por pessoas que não estavam vacinadas. É sobre o primeiro aspeto que recai esta notícia falsa. É que as 23 sequenciações genómicas que se realizaram a partir de amostras recolhidas nestes profissionais de saúde revelaram a presença da variante delta em todas elas. No entanto, os investigadores descobriram que as cargas virais presentes nessas mesmas amostras eram 251 vezes superiores à de profissionais de saúde que tinham sido infetados por outras variantes entre março e abril de 2020 — uma época em que a variante delta ainda nem estava em circulação, e nem as vacinas estavam disponíveis para ser administradas à população. Na interpretação dos cientistas, a maior carga viral está relacionada com a presença de uma variante mais infecciosa, não com o facto de estes profissionais de saúde estarem vacinados e os outros, infetados no ano passado, não estarem. As próprias autoridades de saúde indicam, citando a melhor evidência científica disponível neste momento, que a carga viral desenvolvida pelas pessoas vacinadas e infetadas com a variante delta pode ser igual à dos infetados que não foram vacinados, mas decresce mais rapidamente. Nos Estados Unidos, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) explica que “em variantes anteriores, quantidades menores de material genético viral foram encontradas em amostras recolhidas de pessoas totalmente vacinadas que tiverem infeções do que em pessoas não vacinadas contra a Covid-19”. Com a variante delta, “quantidades semelhantes de material genético viral foram detetadas tanto entre pessoas não vacinadas, como em pessoas totalmente vacinadas”, admite o CDC. Mesmo assim, e como já ocorria com variantes anteriores, essa quantidade “pode descer mais rápido entre os completamente vacinados, em comparação com as pessoas não vacinadas”. Ou seja, “as pessoas totalmente vacinadas provavelmente vão espalhar o vírus durante menos tempo que as pessoas não vacinadas”. Um estudo de várias instituições de investigação britânicas também afirma que as cargas virais são semelhantes entre vacinados e não vacinados. Mas sugere que, apesar da facilidade com que o vírus se replica nas vias respiratórias superiores, não consegue fazê-lo tão prontamente nos pulmões, porque o sistema imunitário o combate mais rapidamente, impedindo o desenvolvimento de quadros clínicos mais graves — que é a verdadeira missão destas vacinas. Delta. Vacinados infetados têm carga viral tão alta como não vacinados Conclusão Não é verdade que as pessoas vacinadas desenvolvam uma carga viral 251 vezes superior à das pessoas que não foram vacinadas contra a Covid-19 perante uma infeção pelo SARS-CoV-2. O estudo que estaria na base desta afirmação falsa diz antes que as pessoas vacinadas e infetadas com a variante delta desenvolveram cargas virais mais altas do que as pessoas infetadas com outras variantes numa altura em que as vacinas ainda não tinham sido distribuídas na população. Os cientistas acreditam, assim, que é por a variante delta ser mais infecciosa que qualquer outra em circulação antes do seu surgimento, não por causa do estado vacinal. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
schema:mentions
schema:reviewRating
schema:author
schema:datePublished
schema:inLanguage
  • Portuguese
schema:itemReviewed
Faceted Search & Find service v1.16.115 as of Oct 09 2023


Alternative Linked Data Documents: ODE     Content Formats:   [cxml] [csv]     RDF   [text] [turtle] [ld+json] [rdf+json] [rdf+xml]     ODATA   [atom+xml] [odata+json]     Microdata   [microdata+json] [html]    About   
This material is Open Knowledge   W3C Semantic Web Technology [RDF Data] Valid XHTML + RDFa
OpenLink Virtuoso version 07.20.3238 as of Jul 16 2024, on Linux (x86_64-pc-linux-musl), Single-Server Edition (126 GB total memory, 2 GB memory in use)
Data on this page belongs to its respective rights holders.
Virtuoso Faceted Browser Copyright © 2009-2025 OpenLink Software