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| - Está a ser difundido um vídeo no Facebook que supostamente mostra um “ataque surpresa” de “mísseis ucranianos” contra a maior central termoelétrica de Moscovo, capital da Rússia, cortando o abastecimento de eletricidade a milhões de residentes. “Choque no Kremlin! [Vladimir] entrou em pânico quando um ataque surpresa causou a explosão da maior subestação de Moscovo”, destaca-se no título da publicação.
Por entre imagens que retratam fortes explosões e incêndios, o narrador vai descrevendo o sucedido (em língua inglesa), referindo-se explicitamente a “mísseis ucranianos” que, no dia 4 de julho, terão atingido a central termoelétrica em Moscovo (por vezes denominada simplesmente como “subestação”) que “fornece 75% da eletricidade da capital”, no contexto da guerra em curso na Ucrânia. Mais, o complexo do Kremlin – onde está instalada a residência oficial do Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin – também foi afetado, o que obrigou à ativação do “sistema de geração de energia”.
Através de ferramentas de análise como a “TinEye” e a “InVID“, porém, identificamos a origem destas imagens em fotografias da Reuters patentes em notícias de 22 de fevereiro de 2022 (pode consultar aqui ou aqui, entre outros exemplos), dois dias antes do início da invasão da Ucrânia por forças militares da Rússia.
Retratam um incêndio ocorrido numa estação elétrica em Shchastya, cidade da região de Lugansk, na Ucrânia. A estação elétrica terá sido bombardeada por rebeldes separatistas pró-Rússia, na véspera da guerra, segundo reportaram vários jornais na altura. Milhares de residentes ficaram sem eletricidade. Os separatistas também atacaram redes de abastecimento de água.
Por outro lado, não há qualquer registo público de que uma central termoelétrica em Moscovo tenha sido atingida por “mísseis ucranianos”.
Em suma, o narrador do vídeo descreve a “explosão” de uma central termolétrica em Moscovo, no dia 4 de julho, enquanto se exibem imagens de um incêndio numa estação elétrica em Shchastya, na Ucrânia, ocorrido no final de fevereiro. Além de as imagens não corresponderem ao que é descrito, a história sobre o ataque em Moscovo também não tem fundamento.
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Avaliação do Polígrafo:
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