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  • Jair Bolsonaro já habituou o Brasil às suas tiradas radicais – e a internet brasileira vibra com elas, replicando-as à exaustão. A tempestade viral que circula em redor da figura de Bolsonaro é tal modo gigante que se torna muito difícil perceber o que é realidade e o que é ficção. É o caso de uma alegada entrevista que o Presidente do Brasil terá dado à Folha de São Paulo, em que teria afirmado o que segue: “Um paciente com câncer custa muito caro para o Estado. Vamos cortar essa farra”. O político insurgia-se assim contra os subsídios estatais a doentes oncológicos. Ora, vários sites de fact-checking brasileiros (Aos Fatos, Lupa e E-farsas) verificaram a informação e chegaram à conclusão de que é falsa. Jair Bolsonaro nunca deu uma entrevista à Folha a emitir essa declaração ou outra semelhante. A última entrevista que o polémico político brasileiro deu àquele jornal aconteceu no dia 13 de janeiro e não se falou sobre o assunto, que foi tema do último Polígrafo SIC, o programa que o Polígrafo faz em parceria com a estação televisiva SIC: A disseminação deste tipo de rumores sobre Bolsonaro não é surpreendente – e é ainda menos surpreendente o facto de muitas pessoas acreditarem neles. Isto porque estão habituadas às tiradas radicais do ex-militar. Fique com algumas: Sobre negros: “Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles” (Em palestra no Clube Hebraica, abril de 2017).” Sobre violação: “Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir. Ao explicar a frase: “Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece”. Sobre filhos gay: “O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro ele muda o comportamento dele. Tá certo? Já ouvi de alguns aqui, olha, ainda bem que levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem.” Sobre a “fraquejada”: “Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher.” Sobre tortura: “Eu sou favorável à tortura (…) O erro da ditadura foi torturar e não matar” Avaliação do Polígrafo:
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