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| - “Um pão de quilo em 1990: 8 escudos que são 4 cêntimos. Um pão de quilo em 2023: 2 euros que são cerca de 400 escudos. Salário mínimo em 1990: 174,6 euros. Salário mínimo em 2023: 760 euros. O pão custa hoje 50 vezes mais que em 1990. Se o salário mínimo aumentasse como o pão, seria hoje de 8.730 euros. Ou se o pão aumentasse como o salário mínimo, hoje custaria apenas 17,4 cêntimos”, lê-se num tweet publicado a 5 de abril e que estabelece uma comparação simples entre o período pré-adesão ao euro e pós.
Mário Soares assinou, a 12 de junho de 1985, o tratado que integrava Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE). Nesse ano, o país actualizava, via despacho normativo, os preços máximos de venda ao público de pão de trigo fabricado com farinha dos tipos 75, 95 e 115.
Assim, em novembro de 1985, os preços máximos de venda ao público da unidade de pão de trigo fabricado com farinha dos tipos 75, 95 e 115 (gramas distintas) cifravam-se nos 4,50 escudos, 6 escudos e 9,50 escudos, respetivamente. Ao quilograma, para ajustarmos as contas à análise do “tweet”, os preços chegavam aos 92 escudos, 87 escudos e 86 escudos.
Já em 1990, o Governo voltava a atualizar estes valores para os subir para mais de 100 escudos por quilograma de pão. Segundo a Portaria 1110-O/89, de 28 de dezembro de 1989, o quilo de pão passava a custar entre 109 escudos e 126 escudos, dependendo do tipo de farinha e da quantidade a adquirir.
Em conclusão, na década de noventa o quilo de pão rondava os 110 escudos, um valor que está longe daquele que foi apontado no tweet em análise. Atualmente, o quilograma de pão pode chegar aos 4 euros, mas a verdade é que o pão mais comercializado, a chamada “carcaça”, é vendida a mais ou menos 2,70 euros, ou o “cacetinho” a 2,38 euros.
Tendo em conta uma média de 2,50 euros por quilo de pão, e procedendo à conversão do valor praticado em 1990 (110 escudos), verificamos que o pão que custava à volta de 55 cêntimos há 33 anos, custa hoje mais dois euros, um aumento de 355%. Já o salário mínimo, que se cifrava nos 174,6 euros em 1990, está agora nos 760 euros, um aumento de 335%.
Contas feitas, se o salário mínimo tivesse aumentado tanto quanto o pão, então estaria hoje nos 794,43 euros, apenas mais 34,43 euros do que o seu valor real. O “tweet” difunde informação falsa e pouco contextualizada, pelo que merece o selo de “falso” na escala do Polígrafo.
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Avaliação do Polígrafo:
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