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| - O autor da publicação identifica-se como “naturopata” e destaca duas imagens. Na primeira surge o título de uma recente notícia, dando conta de que “menina de 13 anos morre durante aula em Barcelos“. Na segunda aparece um indivíduo a empunhar um cartaz, junto à Assembleia da República, com a seguinte mensagem: “Mãe, não consigo respirar!”
“Já perceberam agora porque fui para a concentração de dia 11, em frente à Assembleia da República, com este cartaz? Já tinha alertado que, por serem tímidas, muitas crianças não terão coragem de dizerem que estão a sufocar! Que não estão a conseguir respirar! E com o Inverno vai ser pior”, escreve o “naturopata” no texto da publicação.
“Não serviu de nada os sucessivos posts com estudos científicos que fiz. O mal está feito. Já perceberam porque se têm de juntar a nós esta sexta 23 e sábado 24? Ou é preciso morrerem mais crianças? A primeira criança vítima do vírus morreu ontem“, conclui.
Estas alegações têm sustentação factual?
O jornal “Diário do Minho”, logo no dia 20 de outubro, noticiou que “um menor morreu hoje ao final da manhã na Escola Básica 2/3 Gonçalo Nunes, na freguesia de Arcozelo, na cidade de Barcelos. Segundo apurou este jornal, a vítima, uma rapariga com 13 anos de idade e natural de Abade do Neiva, caiu subitamente quando estava em aulas e entrou em paragem cardiorrespiratória (PCR). A PSP esteve na escola, juntamente com uma equipa de psicólogos do INEM, e ao que tudo indica a menina sofria de uma doença rara congénita“.
Por sua vez, no mesmo dia, o jornal “Diário de Notícias” informou que “uma menina de 13 anos morreu, nesta terça-feira, na escola EB 2,3 Gonçalo Nunes, em Arcozelo, Barcelos. A informação foi avançada pelo ‘Jornal de Notícias’ e confirmada ao ‘Diário de Notícias pelos Bombeiros Voluntários de Barcelos. De acordo com fonte da corporação, a informação inicial dá conta de que a aluna terá caído, tendo depois entrado em paragem cardiorrespiratória. Fonte do Comando Distrital de Braga da PSP disse ao ‘Diário de Notícias’ que a criança, portadora de uma doença que lhe comprometia a mobilidade, terá tropeçado num degrau e terá sido essa queda que provocou a morte“.
No jornal “Correio da Manhã”, precisamente na notícia destacada pelo autor da publicação, também não encontramos qualquer referência à utilização de máscara. “Uma menina de 13 anos morreu esta terça-feira na Escola Gonçalo Nunes, em Barcelos, enquanto assistia a uma aula. Ao que o ‘Correio da Manhã’ apurou, a menor terá caído e entrado em paragem cardiorrespiratória”, lê-se no artigo.
Por fim, no “Jornal de Notícias” encontramos mais detalhes sobre o caso, a saber: “Clarisse Mendes sofria de uma doença congénita, relacionada com o coração e que afetava também o desenvolvimento muscular. Tinha já sido submetida a intervenções cirúrgicas. O ‘Jornal de Notícias’ sabe que a menina, que residia com os pais e o irmão mais velho em Abade de Neiva, estava a ser acompanhada no Hospital de São João, no Porto, onde ia com regularidade fazer exames e tratamentos. ‘Era uma menina muito esperta. Na freguesia todos gostavam dela, porque era meiga. Sei que estava também a ser acompanhada no hospital de Coimbra. A Clarisse tinha uma doença rara e aguardava uma nova cirurgia‘, conta ao ‘Jornal de Notícias’ o presidente da Junta de Abade de Neiva, David Torres”.
De acordo com a informação disponível, não há qualquer relação comprovada entre a morte da criança e a utilização de máscara.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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