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| - “Esta jovem com uma cara bonita, mas tão mal formada, devia viver com o dinheiro que defende para os outros. Mudava logo de opinião. (…) Esta jovem é a Sofia Matos, deputada do PSD com 30 anos. É contra o aumento do ordenado mínimo (atualmente de 635 €). Como deputada ganha, grosso modo, 3.620 € (fora os trocos de subsídios). Não é que seja contra o que um deputado ganha, mas não lhe ficava mal não dizer o que disse”, escreve o autor da publicação, partilhada a 2 de dezembro.
Este é o essencial do post no Facebook que visa a deputada do PSD, que será a cabeça de lista pelo Porto nas próximas legislativas. Mas confirma-se?
O aumento do salário mínimo nacional em 23.75 euros, por proposta do Governo, foi um dos temas da discussão do Orçamento do Estado (OE) de 2021. A 4 de outubro de 2020, o socialista Miguel Costa Matos e a social-democrata Sofia Matos tiveram um debate sobre este tema na SIC Notícias.
Na altura, a deputada do PSD declarou estar contra o aumento do salário mínimo. Em causa estava o que Sofia Matos classificava como um “contrassenso”: num cenário de crise, poucos meses decorridos do primeiro confinamento e dias depois de ter sido anunciado um novo pacote de medidas de apoio às empresas, um aumento de salários por decreto, que sobrecarregaria ainda mais a tesouraria das empresas.
A agora cabeça de lista do PSD no círculo do Porto justificava a sua posição – que era, aliás, a oficial do PSD -, desta forma: “O PSD não é contra o aumento do salário mínimo nacional. O PSD é a favor da manutenção dos contratos de trabalho e da manutenção do emprego em Portugal (…). A nossa convicção é que se aumentarmos o salário mínimo nacional nas condições que hoje temos em Portugal, que são absolutamente excecionais, isso pode acabar com o próprio emprego. Eu prefiro um salário mínimo do que um subsídio de desemprego.”
“O PSD não é contra o aumento do salário mínimo nacional. O PSD é a favor da manutenção dos contratos de trabalho e da manutenção do emprego em Portugal”.
Sofia Matos associou ainda o aumento do salário mínimo à inflação, cuja previsão era nula, estando assim garantida a manutenção do poder de compra desses trabalhadores que auferiam 635 euros mensais brutos (cerca de 565 líquidos). “Nos últimos anos, a verdade é que vínhamos aumentando o salário mínimo nacional, mas há um indicador que neste momento não pode ser ignorado: a inflação prevê-se que seja praticamente nula, ou seja, os consumidores não irão perder poder de compra sem este aumento, esta é uma questão importante e que releva para esta discussão”, defendeu.
Já a 23 de setembro de 2020, num tweet na sua conta oficial, a deputada social-democrata reagiu com ironia à hipótese do salário mínimo ser aumentado: “O desemprego atingiu mais de 409 mil portugueses este mês. Representa um aumento de 34,5% em termos homólogos, sendo certo que no Algarve é de 177,8%. O alojamento e a restauração registam uma subida de 88,4%. Perguntam-me: o que propõe o @govpt? Aumentar o salário mínimo!”
[twitter url=”https://twitter.com/sofiahmatos/status/1308777825424547840″/]
Em suma, é verdadeiro que Sofia Matos, cabeça de lista do PSD no círculo do Porto nas próximas legislativas, defendeu que o salário mínimo não devia ser aumentado em 2021, mas tal posição foi assumida como excecional, atendendo à crise económica provocada pela pandemia.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
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