schema:text
| - A 17 de junho de 2019, perante as então três mais importantes figuras do Estado – Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa -, Nádia Piazza, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), anunciava a construção de um memorial de homenagem às vítimas dos incêndios que, precisamente dois anos antes, tinham provocado 66 mortos e cerca de 250 feridos. Na mesma sessão de evocação da tragédia e tributo às vítimas, realizado em Castanheira de Pera (um dos três concelhos mais atingidos pelas chamas), Nádia Piazza explicou em que é que consistia o projeto do memorial, concebido gratuitamente pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura.
A 10 de fevereiro de 2021 (quase 20 meses depois) era lançado o concurso para a obra, que tinha o Estado como entidade contratante, na figura da Infraestruturas de Portugal, S.A., isto porque o memorial seria construído na Estrada Nacional 236-1, um dos locais onde mais pessoas perderam a vida. O prazo de execução do contrato era de 300 dias após a adjudicação, o preço 1,8 milhões de euros e o âmbito da homenagem alargava-se a todas as vítimas de incêndios de 2017 (incluindo assim, as 50 pessoas que morreram nos fogos de outubro).
A 14 de outubro de 2021, a Infraestruturas de Portugal tornava público, através de respostas à Agência Lusa, que já tinha adjudicada a construção do memorial (a 13 de setembro), e que este estaria pronto em junho de 2022, a tempo de ser inaugurado na passagem 5º aniversário dos incêndios de Pedrógão Grande/Castanheira de Pera/Figueiró dos Vinhos.
Porém, a 3 de junho de 2022, e de novo à Agência Lusa, a Infraestruturas de Portugal informou que o memorial já não estaria pronto nesse mês, devido “às dificuldades existentes na cadeia de abastecimento de materiais, nomeadamente no fornecimento de aço inox”. Então, o organismo estatal adiantou novo mês para a conclusão: outubro.
Mas quatro meses depois desta declaração, a obra do memorial ainda não estava terminada. Finalmente, a 10 de fevereiro deste ano, a Infraestruturas de Portugal fez a mais recente estimativa para a conclusão da obra, embora já não tão precisa: o segundo trimestre de 2023.
É, portanto, verdadeiro que, mais de cinco anos depois dos incêndios, três do anúncio da construção e ano e meio após a adjudicação da obra, o memorial de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017 ainda não foi inaugurado.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo:
|