schema:text
| - Controlo da inflação, subida das taxas de juro: estes são os objetivos defendidos hoje por Mário Centeno numa entrevista ao jornal “Público“. Sobre os métodos para combater a crise inflacionista, o governador do Banco de Portugal vai além do problema da oferta:
“Devido ao volume de poupanças que as famílias e as empresas acumularam ao longo da crise do Covid-19 e ao estado do mercado de trabalho, que é muito bom, assistimos principalmente durante o segundo e terceiro trimestres deste ano a uma pressão sobre o lado da procura muito visível. O setor do turismo é um desses exemplos. A recuperação do turismo estava prevista acontecer até ao final de 2023, mas ela já aconteceu no segundo e terceiro trimestre deste ano ao nível europeu.”
Quanto a este indicador, Portugal é líder, defende Centeno. “Aliás, os dados do PIB desta segunda-feira mostram que Portugal é um dos países que mais crescem, quer em termos homólogos quer em cadeia, na União Europeia. Isso é extraordinário que aconteça, e bom. Mas tem este problema: há de facto um avolumar de algumas pressões, que eu acho que são localizadas, não são generalizadas, do lado da procura. Isto, com a manutenção das pressões do lado da oferta, conflui numa pressão inflacionista que não está a abater”, pormenoriza.
O objetivo é acertar no pico da inflação: as previsões apontam agora para o quarto trimestre deste ano, altura em que “se irá ganhar um grau de previsibilidade sobre a política monetária muito significativo. A partir desse momento, vamos poder ter mais garantias sobre o trajecto da política monetária. Agora, para que esse pico seja atingido, é preciso que a credibilidade da política monetária seja um facto, o que implica que três pressões internas na área do euro contribuam para que a inflação seja reduzida”.
Afinal, Portugal foi ou não um dos países que mais cresceu na União Europeia no terceiro trimestre?
Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 31 de outubro, pelo Eurostat. E mostram desde logo que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% entre julho e setembro, quer na Zona Euro, quer na União Europeia. Esta percentagem representa um crescimento de 2,1% e 2,4%, respetivamente, quando comparada com o terceiro trimestre de 2021.
“Entre os Estados-membros para os quais existem dados disponíveis para o terceiro trimestre de 2022, a Suécia (+0,7%) registou o maior aumento em relação ao trimestre anterior, seguida da Itália (+0,5%), Portugal e Lituânia (ambos com +0,4%). As quedas mais significativas foram registradas na Letónia (-1,7%), assim como na Áustria e na Bélgica (ambas -0,1%). As taxas de crescimento homólogas foram positivas para todos os países exceto para a Letónia (-0,4%)”, informa o Eurostat.
Já numa comparação em termos homólogos (mesmo trimestre do ano transato), Portugal foi mesmo o país que mais cresceu, com uma evolução de +4,9% do PIB, seguido de perto pela Espanha que cresceu 3,8%. Em causa, em ambos os casos, estão apenas os dados de 10 economias.
___________________________
Avaliação do Polígrafo:
|