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| - Todas as pessoas a moverem-se na rua em cápsulas de vidro, eis o cenário retratado na publicação em causa. “Esta pintura foi feita em 1962 pelo pintor italiano Walter Molino… E o título da pintura é: ‘A vida em 2020′”, destaca-se na respetiva mensagem associada.
Muitos dos comentários apontam para uma aparente previsão de como será o mundo pós-pandemia de Covid-19. Seria essa a real intenção do “pintor italiano”?
Na verdade trata-se de uma ilustração, datada de 1962, da autoria de Walter Molino, ilustrador e cartoonista italiano que faleceu em 1997, ao 82 anos de idade.
Segundo confirmou a plataforma de verificação de factos “AFP Checamos”, a ilustração foi originalmente publicada na contracapa da revista “Domenica del Corriere” (edição de dezembro de 1962), parte integrante do jornal italiano “Corriere della Sera” (pode conferir no respetivo arquivo), com o seguinte título: “É assim que vamos circular na cidade“.
O autor pretendeu imaginar como é que seriam os automóveis ou veículos do futuro, ou como é que as pessoas iriam mover-se na cidade. Os veículos futuristas que desenhou, parecidos com cápsulas de vidro, foram baptizados como “singolettas”, monolugares de pequena dimensão que possibilitariam reduzir o trânsito nas cidades.
Não é a primeira vez que esta imagem se espalha viralmente pelas redes sociais, em vários países e línguas, classificada como uma espécie de profecia. Aliás, perante sucessivas descontextualizações da mesma, o jornal “Corriere della Sera” publicou mesmo um artigo (datado de 18 de maio de 2020) esclarecendo que a ilustração, quando foi publicada em 1962, não tinha qualquer relação ou referência ao ano de 2022, muito menos a uma qualquer pandemia de vírus respiratório.
Em conclusão, o título atribuído à “pintura” (na realidade é uma ilustração) é falso, tal como a interpretação da suposta intenção do “pintor” (na realidade era um ilustrador e cartoonista), completamente deturpada e descontextualizada.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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