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| - “Não é por falta de aviso que tudo continua igual! O plano de deslocalização de parquímetros EMEL. O Plano de Atividades e Orçamento da EMEL para 2023. Algo que vai implicar obras monstruosas e que passa por arrancar as máquinas de parquímetros do passeio, eliminar o lugar de estacionamento mais próximo e construir uma ilha com uma raia a envolvê-la”, alega-se num post de 25 de novembro no Facebook.
“A longo prazo, como se vê, o objetivo é deslocalizar os 3.100 parquímetros, portanto, eliminar 3.100 lugares em toda a cidade“, sublinha-se.
A acompanhar estas alegações apresentam-se duas imagens. Na primeira um texto (sem indicação de fonte) no qual se indica que “a utilidade de um cadastro completo, claro e de acesso eficiente é manifesta nas áreas de suporte da exploração da via pública – desde o planeamento da repintura dos alvéolos de estacionamento (está prevista a requalificação de 15.000 lugares por ano, a um preço unitário que ultrapassa os 12 euros) à substituição de sinais e, muito particularmente, à gestão e manutenção de parquímetros”.
Mais, “em 2023 está prevista a deslocalização de centenas de parquímetros, instalando-se os equipamentos em ‘ilhas’, com o objetivo de favorecimento das condições de circulação pedonal. De facto, os mais de 3.100 parquímetros que a EMEL tem instalados por toda a área sob sua gestão, representam uma afetação importante do espaço público, notoriamente escasso. Este é um inconveniente do recurso a parquímetros para a cobrança do estacionamento, mas está longe de ser o único ou sequer o de maior impacto”.
Na segunda imagem exibe-se um plano de instalação de parquímetros da EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa.
Confirma-se que a EMEL vai deslocalizar 3.100 parquímetros e, subsequentemente, eliminar 3.100 lugares de estacionamento na cidade de Lisboa?
Em resposta ao Polígrafo, fonte oficial da empresa municipal explica que o texto da primeira imagem corresponde a um excerto do Plano de Atividades e Orçamento (PAO) para 2023-2026 da EMEL, documento que ainda não é público mas já foi discutido em reunião extraordinária da Câmara Municipal de Lisboa no dia 30 de novembro. E confirma que “o Plano de Atividades e Orçamento 2023-2026 da EMEL refere a necessidade de relocalização de centenas de parquímetros“.
“É legítimo que a interpretação feita na publicação possa considerar um acréscimo significativo de obras, no entanto consideramos que é abusivo concluir que vão ocorrer ‘obras monstruosas‘ e que irão ser arrancados 3.100 parquímetros. O número de 3.100 parquímetros corresponde ao total de parquímetros que a EMEL tem sob gestão“, esclarece a empresa.
“Aproveitamos esta oportunidade para corrigir a informação que vem transcrita no PAO de 2023 e assim informamos que a EMEL tem em curso a relocalização de cerca de 50 parquímetros, com o objetivo de melhorar a acessibilidade pedonal e a mobilidade na cidade de Lisboa, eliminando barreiras arquitetónicas em passeios que apresentam limitações na sua largura e não cumprem requisitos mínimos do ponto de vista urbanístico e do ordenamento do espaço público”, detalha.
“Nesse sentido estão a ser criados espaços na linha de estacionamento para acomodar os parquímetros que não garantem atualmente o espaço livre regulamentar, libertando os passeios para a circulação pedonal. Esta intervenção pressupõe a conversão de um lugar de estacionamento automóvel para a construção de uma bolsa que acomode ainda lugar para motociclos, trotinetes e bicicletas, e será executado faseadamente, consoante avaliação das situações mais críticas no que refere ao espaço livre para circulação pedonal”, conclui.
Ou seja, a EMEL está a relocalizar cerca de 50 parquímetros, o que deverá resultar na eliminação de 50 lugares de estacionamento. Número muito inferior ao que está destacado na publicação em causa.
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Avaliação do Polígrafo:
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