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| - Ao contrário do que alegam posts nas redes, não é verdade que Mary Anne MacLeod Trump (1912–2000), mãe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou ilegalmente no país em 1930 e viveu como imigrante ilegal. Registros mostram que Mary Anne obteve vistos e entrou legalmente no país várias vezes a partir de 1929. A naturalização da mãe de Trump foi concedida em 1942.
As peças enganosas acumulavam 41 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook, Threads e X até a tarde desta segunda-feira (27).
Mary Anne MacLeod. Escocesa, entrou nos EUA em 29130 como imigrante ilegal. Mãe de Donald Trump
Posts nas redes sociais mentem ao alegar que Mary Anne MacLeod Trump, mãe do presidente Trump, entrou ilegalmente nos Estados Unidos em 1930. Documentos históricos apontam que, a partir de dezembro de 1929, Mary Anne entrou legalmente nos Estados Unidos em várias ocasiões. Ela se naturalizou americana em março de 1942.
Após embarcar de Glasgow, na Escócia, para os Estados Unidos, em dezembro de 1929, Mary Anne fez a mesma viagem novamente em 2 de maio de 1930. Ela desembarcou nos EUA em 11 de maio — um dia após completar 18 anos. O registro foi confirmado à BBC por Barry Moreno, historiador do Museu Nacional de Imigração da Ilha de Ellis, nos Estados Unidos.
Na lista de identificação de passageiros estrangeiros, apresentada às autoridades americanas, Mary Anne Macleod fez três declarações: a de que estava se mudando para os Estados Unidos permanentemente; que era sua intenção buscar cidadania americana; e que não pretendia retornar ao seu país de origem.
Os registros históricos também mostram que Mary Anne obteve uma “autorização de reentrada” no país, emitida pelo governo, em março de 1934. Essas autorizações eram concedidas apenas a imigrantes que pretendiam permanecer e se tornar cidadãos americanos.
Há indícios de que a futura mãe de Donald Trump voltou à Escócia em junho daquele ano e voltou aos Estados Unidos poucos meses depois, em setembro. Não há qualquer registro de que o retorno tenha sido ilegal, uma vez que ela possuía uma autorização de reentrada no país.
Em algum momento da década de 1930, Mary Anne conheceu Frederick Trump, o futuro pai de Donald Trump. O registro do censo de 1940 afirma que Mary Anne já estava morando na residência da família Trump, em Nova York, em 1935. Mary Anne e Frederick se casaram em 1936.
O censo de 1940 também registra erroneamente que Mary Anne era uma cidadã americana, mas sua naturalização não ocorreu até março de 1942. Os registros mostram que os dados sobre o censo de 1940 foram informados pela própria Mary Anne.
Não se sabe oficialmente o motivo da divergência, mas isso não prova que Mary Anne violou regras de imigração. Em todas as ocasiões, ela entrou nos Estados Unidos de maneira legal e manifestou a intenção de permanecer no país.
Segundo o jornal escocês The National, o tempo médio para naturalização após o casamento é de cinco anos. Donald Trump, por exemplo, se casou com sua primeira esposa Ivana em 1977, mas ela não foi naturalizada até 1988.
Imagem editada. As peças checadas pelo Aos Fatos também compartilham uma imagem editada em que Mary Anne Trump aparece atrás de grades. Na foto original não há grades, nem há registros de que ela tenha sido presa nos Estados Unidos.
O caminho da apuração
Aos Fatos consultou reportagens publicadas na imprensa internacional e documentos históricos disponíveis para remontar o histórico de imigração da mãe do presidente Donald Trump da Escócia para os Estados Unidos.
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