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  • O que estão compartilhando: um vídeo de incursões aéreas da China na Faixa de Gaza, sem a permissão de Israel, para envio de ajuda aos palestinos. O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso. O vídeo tem gravações e imagens descontextualizadas. Uma das cenas que mostra um avião despejando mantimentos pelo ar foi uma ação humanitária dos Emirados Árabes Unidos a Gaza. A foto de um carregamento de mantimentos coberto pela bandeira da China foi uma ajuda ao Paquistão. No site do Ministério da Defesa chinês, não há notícias de incursões áreas em Gaza. Lá, consta a informação de que mantimentos enviados à embaixada da China no Egito chegaram aos palestinos por terra. Saiba mais: Circula nas redes sociais um vídeo que mostra diferentes cenas da destruição em Gaza misturadas com imagens de ajuda humanitária atribuídas à China. Uma das pessoas que compartilhou o conteúdo escreveu na legenda “China desafia EUA e Israel e manda ajuda diretamente para Gaza”. Pelo menos duas ações mostradas no vídeo não mostram ajuda humanitária da China na Faixa de Gaza. Os leitores do Estadão Verifica enviaram o conteúdo para checagem por WhatsApp: (11) 97683-7490. Incursão aérea dos Emirados Árabes Unidos Uma das cenas do vídeo alvo desta checagem foi filmada de dentro de um avião militar e mostra uma outra aeronave que vem logo atrás, despejando mantimentos no ar. Com uma busca reversa de imagem (aprenda aqui como fazer), o Verifica encontrou uma versão mais longa da mesma gravação que permitiu ver a bandeira dos Emirados Árabes Unidos fixada nos mantimentos. Assista: No dia 30 de março de 2024, o jornalista emiradense Mohammed Taqi postou o vídeo em seu perfil do Instagram. A tradução do árabe feita pelo Google Tradutor informa que na legenda ele escreveu “Veja os Emirates Falcons do céu de #Gaza”. No perfil oficial do Ministério da Defesa dos Emirados Árabes Unidos no Instagram há diversos vídeos de incursões áreas feitas na Faixa de Gaza. Em um deles, publicado em 17 de março, a legenda informa que os lançamentos aéreos de ajuda humanitária aos palestinos fazem parte da operação “Birds of Goodness” e estão sendo realizados em conjunto com a Força Aérea egípcia. Ajuda chinesa no Paquistão Em determinado momento do vídeo alvo desta checagem, aparece a foto de um homem em um aeroporto rebocando uma encomenda de grandes proporções. Nela foi fixada a bandeira da China. Confira: De acordo com notícia publicada na Xinhua, a agência estatal de notícias oficial do governo chinês, a foto mostra a chegada no aeroporto de Karachi, no Paquistão, de tendas para as vítimas das enchentes que assolaram o país em 2022. Naquele ano, um a cada sete paquistaneses -- o que significa mais de 33 milhões de pessoas -- foram afetados pelas inundações provocadas pelas monções excessivamente fortes. Ajuda humanitária chinesa por terra No site do Ministério da Defesa chinês não foram encontradas informações sobre incursões aéreas da China na Faixa de Gaza. Em 21 de março, uma notícia sobre apoio aos palestinos informa que uma ação humanitária foi feita via terrestre. “A ajuda chinesa de arroz chegará a Port Said, no Egito, em 28 de março e, em seguida, será transportada para a Faixa através da passagem de Rafah”. Em maio, o presidente chinês Xi Jinping disse que a China comprometeu-se a fornecer mais 500 milhões de yuans (US$ 69 milhões) em assistência humanitária de emergência aos palestinos. O Estadão Verifica entrou em contato com a embaixada da China no Brasil, com a assessoria de imprensa do governo de Israel, com o ministério da defesa dos Emirados Árabes Unidos e com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), mas não obteve retorno. Como lidar com postagens desse tipo: Descofie de informações que não foram publicadas em veículos profissionais de comunicação. Se a China tivesse feito alguma ação que confrontasse Israel isso geraria uma crise geopolítica internacional e seria notícia nos jornais. Quando receber uma informação nas redes sociais confira se ela também foi publicada em sites jornalísticos.
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