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| - “O meu filho é aluno da escola básica de Ouressa e têm aulas num contentor, sem condições, o chão está a abater, há ratos dentro do contentor, entre outras situações”, lê-se numa mensagem enviada por uma leitora ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
Em causa está a Escola Básica do 1.º ciclo com Jardim de Infância de Ouressa, em Mem Martins, concelho de Sintra. A acompanhar a denúncia, a encarregada de educação enviou um documento onde consta a exposição feita às entidades competentes, neste caso à Câmara Municipal de Sintra. “A Escola Básica de Ouressa, em comunhão com os Pais e Encarregados de Educação vem, junto de V.Exa, manifestar profunda preocupação sobre o estado de degradação em que se encontra o monobloco metálico, onde funcionam oito salas de aula”, destaca-se no início da comunicação à autarquia.
Refere-se ainda que a referida construção foi colocada, no estabelecimento escolar, de forma provisória, há 15 anos e que, atualmente, apresenta “riscos evidentes para a saúde e segurança de todos os que nele trabalham e têm aulas”. Isto porque, entre outros motivos, o material metálico de que é feito “não se apresenta saudável, emitindo minúsculas partículas prejudiciais à respiração” e existem “ratídeos a circular no espaço do tecto falso, fazendo o ninho com material fibroso que se liberta das placas”.
Denuncia-se também que uma das casas-de-banho “encontra-se repleta de ferrugem que se liberta, deixando a descoberto o material metálico” e que técnicas do Ministério da Saúde que visitaram estas instalações escolares recusaram-se a atravessar um corredor em utilização “devido à oscilação e vibração que o mesmo apresenta”.
Foram disponibilizadas ao Polígrafo fotografias que reportam as situações descritas.
Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da Escola Básica de Ouressa garante que tem vindo a reportar o estado de degradação destas instalações à Câmara Municipal de Sintra, mas que “reiteradamente o apoio falhou”. “Até escrevemos na carta enviada à autarquia que acreditamos que o presidente da Câmara desconheça a situação, mas o departamento de educação seguramente não desconhecerá porque recebe sistematicamente as nossas necessidades de intervenção”, assinala.
Entretanto, a divulgação mediática do caso gerou a visita por parte de uma deputada municipal do Chega e de um engenheiro do Executivo camarário para verificar o estado do tecto falso, “cujas placas de material de gesso cartonado saltam, que é exatamente no espaço onde os ratos se acumulam”.
Segundo a escola onde crianças dos 3 aos 12 anos têm aulas, até ao momento, sempre que foi requisitada a desratização o pedido foi acedido pelos serviços municipais. “A equipa vem, mete a caixa e leva ratos mortos, mas isto é uma questão de saúde pública e que vai permanecer enquanto o problema de base persistir”, aponta. A mesma fonte entende que a única solução definitiva para o caso é a construção de um novo edifício.
Ao Polígrafo, fonte oficial da Câmara Municipal de Sintra informa que a substituição destas salas de aula na Escola Básica de Ouressa está prevista no plano de investimentos da autarquia, “encontrando-se em desenvolvimento o projeto de arquitetura”, não apontando, no entanto, as datas de previsão para a conclusão da obra. A mesma fonte assinala que investiu até ao momento, neste estabelecimento de ensino, “mais de 530.000 euros em obras de conservação, substituição de caixilharias; reabilitação energética e requalificação de logradouros/recreio escolar”.
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Avaliação do Polígrafo:
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