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| - O título do weblog – “Que o silêncio dos justos não mate inocentes” – e do texto em causa – “A vacina é a pandemia?” – abrem o caminho para a explanação de mais uma teoria de conspiração sem qualquer fundamento ou sustentação factual e repleta de falsidades.
No texto, datado de 12 de maio de 2021, começa-se por destacar que “26 países relatam um aumento maciço de ‘casos’, doenças e óbitos por Covid-19, como resultado da vacinação em massa“.
“As ilhas caribenhas de Antígua e Barbuda, que começaram a vacinar as pessoas em 17 de fevereiro, viram um aumento acentuado nas mortes pelo vírus, a maior desde o início da pandemia. Levou dois meses para o número de casos voltar aos níveis de pré-vacinação. No Brasil, onde as vacinas corona começaram a ser administradas em 16 de janeiro, os óbitos atribuídos à Covid-19 explodiram. Essas mortes são massivamente maiores do que eram antes da vacinação”, exemplifica-se.
“O Paraguai está a experimentar um aumento semelhante. O seu programa de vacinação começou em 21 de fevereiro e as mortes continuaram a aumentar. Quanto mais vacinas são administradas, mais mortes são relatadas. Além do Qatar, que começou a vacinar em 28 de janeiro, houve um aumento nas mortes. Já se passaram mais de três meses desde que as injecções começaram e o número de óbitos não voltou aos níveis de antes da vacinação. As Maldivas, a Mongólia, a Estónia, o Gibraltar, a Índia e, sim, os Estados Unidos, todos relatam dados semelhantes. Onde quer que as injecções sejam dadas, encontrará um aumento na mortalidade e na doença”, sublinha-se no mesmo texto.
Começando por sublinhar o óbvio: não há qualquer relato de “aumento maciço de ‘casos’, doenças e óbitos por Covid-19, como resultado da vacinação em massa“. Há registo de mortes entre vacinados contra a Covid-19, isto é, depois de terem tomado a vacina, mas a relação causa/efeito não foi comprovada, apesar das suspeitas relativamente a um número muito residual de casos ao nível mundial, isto numa altura em que já foram administradas 1,74 mil milhões de doses em 176 países.
Por outro lado, o facto é que, em alguns dos países referidos no texto, a percentagem de população com pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19 ainda é diminuta. A saber: 33,16% em Antígua e Barbuda, 20,09% no Brasil, 11,12% na Índia, 3,55% no Paraguai.
Nos Estados Unidos da América (EUA), tendo 49,15% da respetiva população já recebido pelo menos uma dose de vacina, os números mais recentes da pandemia de Covid-19 parecem ser animadores.
A partir do dia 13 de fevereiro de 2021, quando 11,08% da população norte-americana já tinha recebido pelo menos uma dose de vacina, o número de novos casos de infeção estabilizou num nível inferior a 100 mil, algo que já não se verificava desde o dia 3 de novembro de 2020. A partir de 1 de maio baixou para um nível inferior a 50 mil e nos últimos dias tem andado em torno de 20 mil.
Quanto ao nível de mortalidade, após um pico absoluto de 4.490 mortes registadas no dia 12 de janeiro de 2021 iniciou-se uma trajetória descendente até um ponto mínimo de 265 mortes no dia 23 de maio. Desde 8 de abril que não se regista um dia com mais de mil mortes por Covid-19 nos EUA, algo que já não acontecia desde novembro de 2020.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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