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| - “A minha filha já se tinha queixado, o meu mais novo também já está a ter manifestações e não sou eu a única a achar. Acabo de receber esta foto de uma mãe. E sim, pelos vistos já está a surgir o alerta dos pediatras. O nome que dão à doença é impetigo. Eis um excelente exemplo de uma reação bem direta de uma má prática nas crianças: o uso das máscaras. Tudo isto para protegerem os adultos”, denuncia a autora da publicação em causa.
A utilização de máscara poderá ser a causa desta doença da pele?
Questionado pelo Polígrafo, Miguel Peres Correia, presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), esclarece que a utilização de máscara “não pode causar a infeção bacteriana em causa”.
O dermatologista ressalva que pode “existir um agravamento da infeção pelo uso da máscara”, mas neste caso “a condição teria que ser prévia”.
Conclui-se assim que a doença não é uma reação à utilização do equipamento de proteção individual, ao contrário do que se alega na publicação sob análise.
Em relação à patologia dermatológica em causa, o presidente da SPDV indica que se trata de uma infeção bacteriana que “surge sobretudo em crianças e é bastante contagiosa”. A doença manifesta-se na forma de “feridas cobertas por crosta amarelada no rosto, o local mais afetado”.
O especialista alerta para o modo de disseminação da infeção que se dá “pele com pele, sendo o contágio muito usual nas brincadeiras entre crianças”.
O impetigo é tratado “com a aplicação de creme antibiótico, lavagem da pele com substâncias antissépticas e, se necessário, poderá recorrer-se à toma de antibiótico oral”, explica Peres Correia.
A utilização de máscara por causa da pandemia de Covid-19 tem motivado diversas publicações com informação falsa ou enganadora nas redes sociais, sinalizadas como tal em vários artigos do Polígrafo.
No dia 5 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma lista atualizada de regras e recomendações relacionadas com a utilização de máscaras. A troca regular de máscaras descartáveis e a lavagem frequente de máscaras reutilizáveis são algumas das recomendações.
Na “Covid-19 Expert DataBase“, plataforma independente que visa esclarecer questões relacionadas com o novo coronavírus, informa-se que a probabilidade do surgimento de infeções bacterianas na pele relacionadas com o uso de máscara é muito reduzida. As medidas preventivas para este tipo de infeções que afetam a pele são coincidentes com as medidas que previnem a infeção pela Covid-19, entre as quais a lavagem frequente das mãos e da máscara. No caso de existir algum tipo de ferida aberta na área coberta pela máscara, aconselha-se a sua suturação. Também se recomenda a hidratação frequente desta área da pele do rosto.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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