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  • Os portugueses estão, lentamente, a voltar a sair de casa. O desconfinamento progressivo mistura a vivência do dia-a-dia com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS). O objetivo é evitar que surja uma nova vaga de Covid-19 em Portugal. As autoridades mantêm as recomendações de distanciamento social, lavagem das mãos e higiene respiratória, bem como a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual em espaços fechados. Existem ainda muitas dúvidas sobre as práticas mais seguras para evitar a propagação do coronavírus – uma delas é se temos de continuar a deixar o calçado do lado de fora de casa. Segundo o manual da DGS, publicado em início de abril, uma das práticas recomendadas para evitar a propagação do SARS-CoV-2 em casa é tirar os sapatos, deixando-os deixá-los à entrada da habitação. É também aconselhado colocar a roupa usada no exterior dentro de um saco e proceder à lavagem da mesma, preferencialmente a mais de 60ºC. Estas medidas continuam a ter um caráter preventivo e, por isso, deverá continuar a aplicá-las. “Para jogar pelo seguro devemos deixar sempre os sapatos fora de casa porque é um risco que não vale a pena correr”, disse ao Polígrafo Inês Gonçalves, microbióloga e investigadora no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto. No entanto, a investigadora reconhece atualmente o risco de contágio pelos sapatos é menor do que no início da pandemia porque atualmente são usadas máscaras nos espaços fechados e foram definidos protocolos de higienização dos espaços mais adequados. “Se nós quisermos manter-nos em segurança, devemos continuar a fazer isso. Se não, estamos a confiar no fundo nas medidas de outros: estamos a confiar que toda a gente usou máscara e que o chão foi limpo diversas vezes”, sublinha a investigadora. “Para jogar pelo seguro devemos deixar sempre os sapatos fora de casa porque é um risco que não vale a pena correr”, disse ao Polígrafo Inês Gonçalves, microbióloga e investigadora no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto. O que têm as máscaras a ver com a contaminação do calçado? “A partir do momento que as pessoas andam sempre de máscara nos locais fechados, não haverá emissão de aerossóis e de gotículas com o vírus. Deixa de haver esse risco, em teoria o vírus não chega ao chão”, esclarece a investigadora. Também Maria João Amorim, virologista e investigadora no Instituto Gulbenkian Ciência, lembra que os sapatos podem trazer na sola vírus, sujidades e outras bactérias e, por isso, “é uma boa prática deixar os sapatos do lado de fora”. “Não me custa muito pensar que as pessoas espirram, que quase todas as gotículas assentam no chão e que os sapatos podem ser portadores de bactérias e vírus”, afirma ao Polígrafo. Porém, esta recomendação não é apenas uma medida de prevenção quando nos referimos aos profissionais de saúde, uma vez que nesse caso “o risco será muito mais elevado do que nos outros sítios, porque haverá certamente pessoas infetadas”, relembra Inês Gonçalves. Os profissionais de saúde deverão evitar levar qualquer peça de roupa ou calçado, uma vez que ao contactarem com doentes infetados poderão estar a transportar o vírus e a contagiar a casa onde vivem. Também Maria João Amorim, virologista e investigadora no Instituto Gulbenkian Ciência, lembra que os sapatos podem trazer na sola vírus, sujidades e outras bactérias e, por isso, “é uma boa prática deixar os sapatos do lado de fora”. “Não me custa muito pensar que as pessoas espirram, que quase todas as gotículas assentam no chão e que os sapatos podem ser portadores de bactérias e vírus”, afirma ao Polígrafo. Para Inês Gonçalves, cada pessoa deve avaliar o potencial risco que corre: “No fundo é tudo uma questão de probabilidades. Para alguém que tenha crianças em casa que estejam constantemente com as mãos no chão, por exemplo, seria completamente obrigatório” deixar os sapatos à porta, acrescenta. Também o lugar onde se deslocaram é um fator importante: antes de ser obrigatório o uso das máscaras, os espaços fechados eram considerados os locais com maior probabilidade de contaminação, principalmente quando comparados com a rua, onde “a probabilidade de o vírus passar para o nosso calçado será sempre muito mais baixa”, esclarece a microbióloga. Criar um espaço para deixar o calçado sujo pode não ser uma opção para todos. Uma outra opção é higienizar os sapatos com detergente de forma a retirar os vírus que possam estar nos sapatos. “O vírus tem uma camada lipídica, por isso qualquer coisa que tenha detergente destrói essa camada de gordura e faz buracos no vírus. O vírus deixa de ser capaz de entrar nas células”, explica Maria João Amorim. Também os produtos que provoquem uma alteração de pH ou as lavagens a altas temperaturas são uma boa forma de higienizar os sapatos e as roupas. Avaliação do Polígrafo:
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