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| - Esta quarta-feira, 11 de maio, o jornal “Observador” publicou uma entrevista a Jorge Moreira da Silva, o antigo ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho e ex-diretor-geral da Cooperação para o Desenvolvimento na OCDE, agora na corrida pela liderança do partido que Rui Rio se prepara para deixar.
Questionado pelos jornalistas sobre a sua posição relativamente às relações entre o Chega e o PSD, Moreira da Silva começou por garantir que não é como o “feijão fradinho, com duas caras”. Mas mais à frente na entrevista é possível concluir que o ex-ministro deu o dito por não dito numa questão de semanas.
Em entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF publicada a 22 de abril passado, quando questionado sobre se “ficará embaraçado com o acordo que o PSD tem com o Chega nos Açores” e “o que fará, dentro das suas competências, para alterar isso, se o embaraçar”, Moreira da Silva sublinhou que, até àquele momento, não tinha verificado “que desse entendimento tenha resultado qualquer problema para o PSD”. E, depois de salientar que “no plano nacional nunca haveria qualquer tipo de diálogo ou entendimento que pudesse criar a expectativa às pessoas de que no dia seguinte podia haver qualquer tipo de entendimento de natureza parlamentar ou governamental”, concluiu que “até ao momento, nos Açores, o Governo tem feito o seu programa de forma absolutamente autónoma”.
Confrontado pelos entrevistadores com a resposta alegadamente contrária que dera ao Diário de Notícias dias antes, Moreira da Silva negou ser o autor da afirmação em causa: “(…) Não sei onde foi buscar essa frase.” Antes disso, já tinha vincado: “Claro que há problema”
Avançando apenas 19 dias, o rival de Luís Montenegro na corrida à liderança do PSD, admitiu ao “Observador” que o facto de Rui Rio não ter, na sua opinião, deixado claro que o acordo insular não se replicaria a nível nacional”, resultou num “problema de natureza tática”. O PSD abrira, em seu entender, “o flanco à direita e à esquerda”.
Confrontado pelos entrevistadores com a resposta alegadamente contrária que dera ao Diário de Notícias dias antes, Moreira da Silva negou ser o autor da afirmação em causa: “(…) Não sei onde foi buscar essa frase.” Antes disso, já tinha vincado: “Claro que há problema” – problema que deixou de existir umas linhas à frente na entrevista, quando conclui que “(…) aqui chegados, hoje não há um problema nos Açores na medida em que o presidente do Governo Regional tem liderado e governado bem. Os únicos problemas que surgem são sempre resultantes do condicionamento ou da chantagem que um deputado do Chega coloca.”
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