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| - “Ventura chamou bandidos à família ‘coxilha’. Foi condenado. Agora a família toda foi condenada a prisão por crimes contra a polícia”, lê-se numa publicação de 2 de março, divulgada no Facebook e com centenas de interações.
As alegações presentes no post têm origem numa notícia avançada pelo jornal “Público“, a 8 de fevereiro, que indica que o Tribunal de Almada condenou a família Coxi e um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) a penas suspensas. O caso remonta a 2019, quando “o que parecia ser uma cena de pancadaria entre duas jovens levou a uma intervenção policial que acabou com um detido, seis pessoas levadas ao hospital (um agente e cinco moradores) e inúmeras acusações de excesso de força e de atitudes racistas pelos agentes chamados ao local”. Assim descreve o jornal “Diário de Notícias“, num relato de 22 de janeiro desse mesmo ano.
Depois de várias idas a tribunal, a verdade é que, de acordo com o jornal “Público“, apenas a pena de seis meses por ofensas à integridade física qualificada contra um agente aplicada a Julieta Coxi foi substituída por uma multa de 900 euros. Quer os restantes membros da família Coxi, quer o agente da PSP, Tiago Andrade, foram condenados a penas suspensas.
Hortêncio Coxi foi condenado a dois anos e quatro meses e tem de pagar 1.500 euros de indemnização ao agente Tiago Andrade, a pena mais pesada. Higina Coxi foi condenada a dois anos e dois meses e 650 euros de multa e Flávio Coxi a um ano e oito meses e 850 euros de multa, mas os advogados da família vão recorrer da decisão.
Naquela noite de 20 de janeiro de 2019, no café da “Berta”, bairro da Jamaica, Seixal, terá sido gerada uma “confusão” entre Higina Coxi e uma testemunha, com “contenda física e a verbalização de palavras menos próprias entre ambas”. Foi só depois que se envolveram dois outros membros da família que posteriormente levou Ventura a sentar-se no banco dos réus.
Agora, para o Tribunal de Almada, “ficaram provados a maioria dos crimes de que todos os intervenientes vieram acusados: entre outros, que Hortêncio Coxi atirou uma pedra que atingiu o agente Tiago Andrade (foi condenado a dois crimes de resistência e coacção, e quatro crimes de injúria agravada), que Higina Coxi tentou impedir a detenção do irmão, Hortêncio, e atingiu um polícia (foi condenada a dois crimes de resistência e coação, um crime de introdução em local vedado e um de ameaça agravada); que Flávio Coxi resistiu à detenção e agrediu polícias (foi condenado a dois crimes de resistência e coacção, um de ameaça agravada, um de dano e um de introdução em local vedado)”, explica o jornal “Público”.
Foi ainda confirmado pelo mesmo Tribunal que o agente Tiago Andrade agrediu Fernando Coxi com “murros e pontapés” enquanto estava em exercício de funções. O órgão “considerou que a sua conduta não pode estar a coberto de uma atuação policial, que excedeu”, mas o facto de a segurança do próprio agente ter sido posta em causa levou à decisão de aplicação da pena suspensa e não de “especial censurabilidade que justificaria a qualificação” de agravada.
A publicação em causa simplifica e omite factos importantes, desde logo a aplicação de pensas suspenas, além de não referir a condenação do agente da PSP, pelo que optamos pela classificação de “descontextualizado“.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falta de contexto: conteúdos que podem ser enganadores sem contexto adicional.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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