schema:text
| - A lista de membros do XXIII Governo Constitucional foi partilhada na passada quarta-feira, dia 23 de março. Desde a revelação oficial, muitas têm sido as reações, principalmente nas redes sociais, ao novo elenco governativo composto por 17 ministros.
Uma das vozes a ecoar nas últimas horas foi a da líder e deputada única do PAN, Inês Sousa Real, que regressou a 2016 para revelar uma publicação na conta oficial de Twitter do novo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que assumia desde o ano passado o cargo de comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
“Não gostava de viver num país sem taxistas e sem touradas”, lê-se no alegado post escrito por Adão e Silva há cerca de seis anos.
“Pois eu cá gostava de viver num país onde não se torturem animais na arena! Não é uma questão de gosto, é uma questão de respeito pela vida animal, de humanidade, de sensibilidade e de civilidade. E mal vai um futuro Ministro da Cultura que não acabe por perceber isto”, opinou Inês Sousa Real, em reação às palavras escritas pelo novo membro do Governo que a própria recuperou.
O tweet é autêntico?
Sim, no dia 29 de abril de 2016, Pedro Adão e Silva publicou no Twitter a frase colocada em destaque pela líder do PAN.
Esta não é a única referência a espetáculos tauromáquicos feita pelo novo ministro da Cultura nesta rede social. Em 2018, a propósito da proposta de alteração ao Orçamento do Estado 2019 que pretendia taxar ao IVA de 6% as touradas, como os outros espetáculos culturais, Pedro Adão e Silva também reagiu.
“Chegados aqui, ainda não percebi o que é mais tonto: a referência ao IVA da tourada como uma ‘questão de civilização’ ou, agora, defender a baixa do IVA para as touradas”, assentou, mencionado a expressão utilizada por Graça Fonseca, ministra da Cultura na altura, para justificar a tomada de posição contra a redução do imposto aplicado a estes espetáculos.
“Não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização”, afirmou Graça Fonseca no Parlamento, em resposta a questões colocadas pelo CDS-PP. E acrescentou: “Todas as políticas públicas têm na sua base valores civilizacionais. E as civilizações evoluem.”
Alguns dias depois, Adão e Silva voltou a pronunciar-se sobre o tema: “Resultado final da civilização: uma solução razoável e adequada (o IVA das touradas numa taxa intermédia) transformou-se numa má solução (a descida para 6%). É o que dá o vanguardismo e não medir as consequências do que se diz”.
No ano passado, em outubro, o responsável pela pasta da Cultura no novo Governo deixou na sua página de Twitter uma reflexão sobre o decreto-lei, aprovado em Conselho de Ministros, que veio alterar a classificação etária para assistir a espetáculos tauromáquicos para maiores de 16 anos. “Pensando bem, todas as touradas a que fui foi antes dos 16 anos (e não foram poucas). E, no entanto, aqui estou eu”, escreveu no tweet.
O Polígrafo tentou entrar em contacto com Pedro Adão e Silva para obter esclarecimentos sobre a posição que assume em relação a espetáculos tauromáquicos, bem como obter uma reação ao tweet de Inês Sousa Real, mas até ao momento não obteve resposta.
___________________________________
Avaliação do Polígrafo:
|