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| - O que estão compartilhando: trecho de noticiário da TV Cultura informa sobre um surto de pneumonia por Mycoplasma na China. A postagem diz que o “vírus deve se alastrar para o mundo”.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O noticiário, na realidade, é de novembro de 2023 e não se refere a um vírus, como o da covid-19, mas a uma bactéria. O Estadão esclareceu que um surto de pneumonia decorrente de infecção pela Mycoplasma pneumoniae não seria motivo para desespero. A infecção costuma provocar sintomas gripais leves e, quando chega ao estágio da pneumonia, pode ser tratada com antibióticos. O Brasil tem disponível o tratamento e o teste que detecta a bactéria.
No final do ano passado, foram noticiados casos dessa infecção em crianças que frequentavam a mesma escola em Santo André, na Grande São Paulo. Segundo informe da Secretaria de Estado da Saúde, todas já receberam alta hospitalar.
Saiba mais: O conteúdo verificado aqui circula no TikTok e no WhatsApp. Leitores pediram a verificação pelo número (11) 97683-7490.
A postagem usa um recorte do Jornal da Tarde da TV Cultura, do dia 29 de novembro de 2023. Na época, o governo chinês impôs a volta do uso de máscaras e do isolamento social diante de um surto de infecção pela bactéria Mycoplasma pneumoniae nas grandes cidades. O noticiário explica que se trata de uma infecção bacteriana relativamente comum e leve, que afeta principalmente crianças e idosos.
Como explicou o Estadão, a Mycoplasma pneumoniae é uma bactéria comum e presente em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. Ela se propaga no ar e leva a quadros gripais e sintomas similares aos de uma infecção causada por vírus.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu uma declaração no dia 22 de novembro de 2023 indicando a bactéria como a causadora do crescimento de casos de doenças respiratórias registrado na China. O documento também afirma que o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, sua sigla em inglês) havia identificado a bactéria em seis de seus Estados-Membros (Dinamarca, França, Irlanda, Holanda, Noruega e Suécia).
A OMS atribuiu o aumento dos casos de infecção pela bactéria no final do ano passado à reabertura integral das escolas e à diminuição das medidas de isolamento social após o período de pandemia da covid-19. A queda nas taxas de vacinação das crianças também colabora para que elas se tornem mais suscetíveis à bactéria e aos outros patógenos.
No ano passado, a notificação das infecções em crianças na cidade de Santo André (SP) foi noticiada por veículos como Folha de S. Paulo, Veja e O Globo. Foi esclarecido que a bactéria causadora dos quadros era conhecida e tratável.
Como lidar com postagens desse tipo: O conteúdo tenta alimentar o medo de uma nova pandemia ao descontextualizar uma notícia e acrescentar uma legenda alarmista. Em casos assim, é fundamental tentar chegar até a origem do conteúdo e entender seu contexto.
Na postagem verificada aqui, bastou pesquisar o tema da notícia nos canais oficiais da TV Cultura, cuja logo aparece no canto superior direito do vídeo. Quando não há “pistas” como essa, é importante tentar uma busca reversa de imagens (veja aqui como fazer).
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