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| - Apesar de nunca ter referido diretamente o nome de Carlos Moedas ou da coligação “Novos Tempos Lisboa”, composta por cinco partidos – PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança -, Fernando Medina foi claro quando se dirigiu ao seu “principal adversário” para expressar duras críticas a algumas das medidas inscritas no respetivo programa eleitoral.
“O primeiro desafio de Lisboa, capital verde, é liderar na ação climática. Começamos aqui por definir um desafio, um objetivo mais avançado do que aquele que ao nível internacional está definido, que é a redução de 70% das emissões até 2030. (…) É por isso que é , com a maior perplexidade, (…) que vejo o nosso principal adversário político apresentar num programa eleitoral medidas que estimulam a utilização do automóvel individual na cidade de Lisboa“, afirmou Medina durante a apresentação do seu programa para os próximos quatro anos, na terça-feira, dia 31 de agosto.
“Nunca se viu, não há em qualquer agenda que não seja negacionista, em 2021, uma proposta de diminuir o custo do estacionamento para promover a circulação automóvel a combustível fóssil, e dizer, ao mesmo tempo, que se está a combater as alterações climáticas. Isto é feito porque procuram arranjar uns votinhos, procuram capitalizar descontentamentos, procuram aquele contragosto. (…) Esta é uma atitude de falhar com o futuro, de falhar com as responsabilidades”, acrescentou.
Confirma-se que Moedas propõe medidas que “estimulam a utilização do automóvel individual” em Lisboa?
No programa da coligação “Novos Tempos Lisboa”, liderada por Moedas, um dos objetivos gerais apresentados é o de “restituir a rua aos lisboetas”. Neste âmbito, propõe-se “assegurar parques multifuncionais de estacionamento para residentes em todos os bairros”, bem como “otimizar a oferta de estacionamento automóvel à superfície”.
Outra medida sugerida é a implementação da gratuitidade dos primeiros 20 minutos “no estacionamento (por dia), na cidade” e ainda a atribuição de “50% de desconto nos restantes períodos, em todas as tarifas EMEL para residentes”.
Além disso, o programa prevê “redesenhar a rede ciclável de Lisboa com enfoque na segurança, no conforto e na funcionalidade para os ciclistas e os peões, eliminando ciclovias com problemas, como seja a da Almirante Reis e desenhando-se alternativas viáveis”.
Assim, conclui-se ser verdade que algumas das propostas apresentadas pela coligação liderada por Moedas dizem respeito ao aumento dos lugares de estacionamento automóvel na cidade de Lisboa e atribuição de descontos aos residentes no município. Podem ser entendidas como estímulo à utilização do automóvel, mas apenas por residentes.
De resto, o mesmo programa inclui também medidas como a criação de “mais espaço para bicicletas, motociclos, veículos partilhados, veículos elétricos e veículos de cargas e descarga” e o reforço dos “postos de carregamento de veículos elétricos”.
Moedas propõe ainda a promoção da mobilidade partilhada e, na área dos transportes públicos, sugere a introdução do “transporte coletivo gratuito para residentes menores de 18 anos, estudantes universitários, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência, desempregados e ‘passageiros verdes'”.
O Polígrafo tentou contactar a campanha de Carlos Moedas, sem sucesso.
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Avaliação do Polígrafo:
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