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  • Conteúdo investigado: Post afirmando que a Pfizer divulgou uma lista de 46 efeitos colaterais da vacina contra a covid-19 que inclui lesão renal aguda, insuficiência cardíaca, pneumonia, diabetes tipo 1 e morte súbita. Onde foi publicado: X, Facebook e WhatsApp. Conclusão do Comprova: O post é enganoso porque a maior parte dos eventos adversos citados em uma lista divulgada nas redes sociais não está relacionada à vacina contra a covid-19 da Pfizer. Dos 46 problemas de saúde mencionados, apenas três aparecem nas bulas das vacinas da farmacêutica utilizadas no Brasil: miocardite (infecção das fibras do coração), pericardite (inflamação do revestimento externo do coração) e paralisia facial aguda. Os dois primeiros são classificados como reações muito raras, que ocorrem em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este imunizante. O Comprova já explicou isso em outras publicações. A incidência de miocardite em infectado pela covid-19 é sete vezes maior do que em vacinados. Já o terceiro sintoma é listado como uma reação rara, que ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes. A versão atual da bula da vacina Comirnaty bivalente, a mais usada no Brasil, foi publicada em maio de 2024. Ela inclui em sua composição a cepa original e variantes que prevalecem em circulação no mundo. Já a bula da vacina atualizada para proteger contra a variante JN.1 foi aprovada em 28 de novembro do ano passado. Os dois documentos podem ser acessado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (consulte aqui). A assessoria de imprensa da Pfizer confirmou à reportagem que a última atualização de bula ocorreu em novembro. Nela constam a composição do imunizante e os eventos adversos que podem ser relacionados à vacina e que foram identificados durante as fases de estudo pré e pós-comercialização. Leia mais: A farmacêutica reforçou que diferentes agências regulatórias pelo mundo, incluindo a Anvisa, no Brasil, autorizaram o uso da Comirnaty com base em avaliações robustas e independentes, a partir de dados científicos sobre qualidade, segurança e eficácia. “Dados de estudos de mundo real complementam as informações dos estudos clínicos e proporcionam evidência adicional de que a vacina fornece proteção eficaz contra formas graves da doença”, afirma a fabricante. A Pfizer distribuiu mais de 4,8 bilhões de doses da vacina em mais de 183 países e informa não haver, até o momento, qualquer alerta de segurança, de modo que o benefício da vacinação permanece se sobrepondo a qualquer risco. No Facebook, a lista é acompanhada de um link sobre efeitos colaterais e segurança da Comirnaty divulgado pela farmacêutica, mas que também não cita a maior parte das doenças relacionadas no post. Na página, há um aviso de que o site destina-se apenas a residentes nos Estados Unidos porque os produtos podem ter rótulos distintos em diferentes países. O Comprova tentou contato com o autor da postagem no X, mas o perfil não aceita o envio de mensagens diretas pela plataforma. O autor da postagem no Facebook foi contatado, mas não respondeu até a publicação desta checagem. Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano. Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. No X, a postagem acumula mais de 725 mil visualizações, 5 mil compartilhamentos e 14 mil curtidas. Fontes que consultamos: O Comprova analisou as bulas disponíveis no site da Pfizer no Brasil, que são as mesmas disponibilizadas no site da Anvisa. Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Outras checagens sobre o tema: O Comprova já checou, anteriormente, outras postagens enganosas sobre informações da Pfizer relacionadas às vacinas contra a covid-19, como um vídeo que distorce declaração de uma executiva da farmacêutica sobre eficácia do imunizante e uma publicação que tirou documentos da empresa de contexto para sugerir que imunidade natural é suficiente para combater a doença. Também já desmentiu que as vacinas causam infarto e morte súbita em crianças. Notas da comunidade: Até o encerramento desta checagem, o X não havia acrescentado notas da comunidade à postagem verificada.
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